Como mais vezes acontece na vida, e sobretudo é regra no desporto, foi o melhor que venceu a nossa Primeira Liga da corrente época, assim permitindo ao Sporting a obtenção do seu vigésimo título nacional. Dito isto, sempre poderíamos esboçar várias considerações laterais ao merecimento leonino e que não beliscam a sua essência: (i) os dois principais adversários estiveram particularmente mal, com dois treinadores (Roger Schmidt e Sérgio Conceição) a revelarem as piores facetas da sua carreira; (ii) o clube de Alvalade desencantou no Coventry City da Championship inglesa (algo estranhamente mas com o devido mérito) um avançado goleador (o sueco Viktor Gyökeres) e todo-o-terreno, o qual foi capaz de desequilibrar e resolver um número abundante de partidas; (iii) os santos começaram a ajudar logo desde o arranque (em agosto), quando o Conselho de Arbitragem assumiu que o primeiro golo do Sporting no seu jogo com o Casa Pia (resultado final 1-2) foi mal validado por 9 centímetros devido a um “erro de colocação do ponto que define a linha de fora de jogo”. Aqui chegado, volto à justiça da vitória para fazer ressaltar a evidência de uma estratégia bem montada de constituição do plantel e de uma estrutura organizativa eficiente, onde julgo dever ser apontado como centralmente simbólico o nome do sóbrio mas competente diretor de futebol (Hugo Viana, certamente liderando uma vasta equipa de profissionais especializados), alguém que será justo considerar tão responsável pelo sucesso quanto o foi a gestão do jovem e excelente treinador Rúben Amorim. E com “cada macaco no seu galho”, ou seja, funções bem definidas no quadro de um visível alinhamento e foco, para além de um Conselho de Administração que não se imiscuiu nos detalhes técnico-táticos e do dia-a-dia (a vantagem de Frederico Varandas ser um conhecedor limitado de futebol e gostar de se mostrar nos camarotes a passear as suas bem selecionadas indumentárias), a verdade é que não houve um arremedo de contestação à conquista dos verde-e-brancos; e já se percebe a preparação da próxima época naquelas paragens, isto enquanto os “lampiões” se mantêm compradores de tudo o que mexe pela mão de um Rui Costa que não parece à altura do lugar e os portistas esperam que Pinto da Costa e a sua gente permitam que o presidente eleito possa começar a trabalhar.
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