É mais que sabido que a chamada “questão nacional” anda por aí há séculos com contornos de todas as formas e feitios. A tal propósito, e à boleia da onda catalã, um jornalista do “Expresso” foi descobrir um interessante mapa elaborado em 2014 no quadro de um gabinete de arquitetos baseado em Roterdão que também se dedica ao desenho de “mapas socioculturais”. Na apresentação do seu mapa, os autores recordam que o conceito de Estado-Nação nasceu em 1648, época em que o mundo era composto por 80 estados soberanos, que esse número desceu para 70 no final do século XIX e que o mesmo cresceu seguidamente até aos 206 de hoje (oficialmente 193, segundo a ONU). Mas o resultado mais marcante do projeto é o que se traduz em permitir percecionar, ainda que com bastante excesso de latitude analítica, o alcance do que poderia vir a observar-se na Europa se no Continente viessem por hipótese a vingar todas as diferentes – a todos os títulos, designadamente em termos da credibilidade associável a razões de sustentabilidade identitária, cultural e histórica – causas conhecidas, mais implantadas ou mais fantasiosas, de pendor independentista. Sendo que, enquanto o papista José Manuel Fernandes logo aproveitou o registo para sublinhar o “tipo de ‘caixa de Pandora’ que se pode abrir se se ceder ao princípio de que qualquer região pode declarar-se independente mesmo que isso não seja feito no quadro das leis e das constituições dos diferentes países da União Europeia”, o principal autor do mapa (o arquiteto e designer austríaco Theo Deutinger) explicava em entrevista que teve por objetivo “registar todos os sonhos independentistas”, que defende a ideia de que será tanto melhor quanto mais pequenos estados existirem no mundo, que a separação de estados não deve ser confundida com um fechamento de fronteiras e que o mundo é muito grande e podia comportar quinhentos ou mil países. Ou seja, isto não é bem redutível ao simples foro de uma questão de contexto...
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