(Agustin Sciammarella, http://elpais.com)
O Tribunal Penal Internacional para-a ex-Jugoslávia deu por provados os crimes cometidos durante a guerra da Bósnia (1992-1995) – eram 11 as acusações, entre genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade – por parte do antigo chefe militar sérvio-bósnio Ratko Mladić (o chamado “carniceiro dos Balcãs”), com destaque para os tristemente famosos episódios do massacre de Srebrenica (sete mil homens e rapazes mortos nesse enclave muçulmano) e do cerco de Sarajevo. Condenou-o, por isso, a prisão perpétua – exemplarmente, parece-me, apesar do forte criticismo que veio da Sérvia pela voz da sua primeira-ministra, segundo a qual o desempenho desta instância judicial ad hoc da ONU sediada na Holanda (instância que cessa funções com este último grande caso) não terá sido isento para com todas as partes do conflito e poderá assim ter contribuído mais para piorar a situação regional do que para promover uma desejável reconciliação. Como quer que seja, e o tema é polémico e difícil de objetivar àquele ponto, o facto é que foi dada visibilidade internacional ao horror daquelas guerras interétnicas que se desenrolaram aqui ao pé da nossa porta e que as atrocidades não ficaram impunes – sem recurso à pena de morte, note-se...
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