terça-feira, 7 de novembro de 2017

UMA ESPÉCIE DE GERINGONÇA


A Nova Zelândia teve eleições legislativas em finais de setembro. Os conservadores do Partido Nacional, chefiados pelo primeiro-ministro em exercício (Bill English, sucessor de John Key em dezembro de 2016), venceram claramente com uma percentagem de 44,5% dos votos que lhes permitiu eleger 56 deputados num parlamento de 120. Ao Partido Trabalhista, liderado por Jacinda Ardern desde agosto, coube o segundo lugar com 36,9% dos votos e elegendo 46 deputados. Mas a perda de maioria absoluta por parte do centro-direita (que governava desde 2008 com o apoio parlamentar dos pequenos partidos, o dos direitos indígenas e os dois liberais) levou a uma solução de governo assente numa estranha aliança entre os social-democratas e os populistas de ultradireita (9 deputados) com o apoio parlamentar dos verdes (8 deputados), uma espécie de geringonça numa comparação não muito rigorosa. Eis, pois, como uma escassa perda de 2,5% dos votos e de 4 deputados (acompanhada de uma quase total perda de representação parlamentar dos anteriores pequenos parceiros) acabou por se traduzir para os conservadores numa passagem à oposição, incapazes que foram de chamar para o seu lado os nacionalistas, curiosamente tornados árbitros da coligação governativa que iria vingar. Com efeito, estes escolheram – porque, explicaram, “as pessoas quiseram mudança e temos de responder a isso” – a bela Jacinda para se tornar a mais jovem mulher (37 anos) na chefia de um governo à escala mundial. E logo lá para os antípodas de Portugal, o país da geringonça europeia em curso...


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