Trump está já quase a meio de uma visita de doze dias à Ásia, onde se deparou na China com uma receção mais do que hospitaleira e digna de um imperador. O que manifestamente lhe afagou o exaltado ego e logo o conduziu a dirigir elogios a Xi Jinping em termos equivalentes, embora obviamente de sinal contrário, às críticas com que o tinha arrasado em discurso oral e via Twitter há poucos meses atrás.
Mas toda esta encenação é isso mesmo: mera encenação. Porque a verdadeira questão é a que decorre de números como os que surgem ilustrados no gráfico acima – porque 347 mil milhões de dólares de défice comercial com a China (e quase 444 com as três principais potências económicas asiáticas) é algo que não corresponde de todo a qualquer coisa de negligenciável. E porque, ademais, alguém já se encarregou de explicar a Trump que a situação é significativamente complexa e melindrosa para a economia americana e não só não se resolve com meia dúzia de bolas fora e algumas ameaças totalmente deslocadas como também não se enfrenta com meiguices de circunstância.
Começa a ser claro para quem souber ler que, se o que está em jogo é o futuro dos Estados Unidos da América enquanto poder global (conforme a excelente capa do “The Economist” desta semana), a chegada de Trump à presidência acaba por representar uma espécie de maldição já muito dificilmente contornável/revertível – um verdadeiro ambiente de fim de festa, como sempre invariavelmente acompanhado de um uso e abuso do pior do gratuito e do rocambolesco...
(Craig Stephens, http://www.scmp.com)
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