segunda-feira, 13 de novembro de 2017

MEIO SÉCULO DE GAL CONNOSCO


Não posso propriamente dizer que acompanho Gal Costa há cinquenta anos, i.e., desde que lançou o seu primeiro álbum (“Domingo”), em 1967, partilhado com Caetano. Mas também não andarei assim tão longe, porque desde pouco antes do nosso 25 de abril que ela foi fazendo parte crescentemente insubstituível da minha coleção discográfica. Claro que os anos 70 e inícios de 80, por razões diversas (até de idade e correspondentes interesses e modo de vida), foram os de maior fidelidade auditiva – “Índia”, 1973; “Água Viva”, 1978; “Gal Tropical”, 1979; “Minha Voz”, 1982), mas é igualmente facto que ela nunca deixou de andar por perto do meu som até ao presente. Foi assim com alguma emoção que a ouvi na noite de ontem no velho Coliseu do Porto, na companhia única do excelente Guilherme Monteiro e ainda em muito boa forma física e vocal (naquela voz tão vibrante e colocada!) aos 72 anos. Terminando simbolicamente o terceiro encore a que foi levada pelo público com “Força Estranha”: “Por isso uma força me leva a cantar / Por isso essa força estranha no ar / Por isso é que eu canto, não posso parar / Por isso essa voz tamanha” – onde se fala também, em termos tão expressivos, do “fogo das coisas que são”...


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