(Avós babados como tantos outros neste fim de tarde de
domingo para ver na Casa da Música mais um grande concerto organizado pela
Academia de Música de Costa Cabral, seguindo com atenção uma loirinha, de tenra
idade mas muito compenetrada, no coro que interveio na terceira parte do
concerto. Oportunidade para
compreender de novo como este país está diferente em termos musicais, com uma
massa de cerca de trezentos jovens envolvidos num concerto.)
O que neste país se tem conseguido realizar em matéria de formação musical
é um espanto de iniciativa, por muito que o panorama nacional acabe por
atraiçoar as expectativas de muitos jovens que decidem fazer da música
profissão.
A Academia de Música de Costa Cabral é seguramente um desses exemplos de
formação que coloca a região e o país num outro patamar de cultura musical,
gerando personalidades mais completas, sensíveis e informadas.
Como sempre um concerto de grande profissionalismo e de grandes
perspetivas, envolvendo, sempre com a
direção do inexcedível Hélder Tavares, numa primeira parte a orquestra de
sopros e percussão com obras de Richard Strauss, Johann Strauss II e Jan Van
der Roost, numa segunda a sinfónica da Academia com obras de Johann Strauss II,
Tchaikovsky e Grieg e finalmente de novo a Sinfónica com o musical Um Natal em Casa de Jo Sands e Ruth
Kenward, mais desejada pois aí é que a loirinha entrava.
O papel de avós babados não se presta a grandes reflexões musicais, mas dá
para perceber que o país musical está diferente, num grande esforço público mas
também das famílias que começam a olhar de modo bastante mais audaz para a
formação musical. E a Guilhermina Suggia é a sala certa para dar conta dessa
mudança, que se refletirá seguramente na sensibilidade do seu auditório e do
seu público futuro.
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