Aqueles que acreditam na qualidade das fontes de Luís Marques Mendes (LMM) terão certamente ficado com a orelha arrebitada no passado Domingo quando LMM afirmou a dada altura: “Agora, e já agora deixe-me só dizer, eu acho que [Mário Centeno] não é o único ministro que começa a ter maior protagonismo. Eu acho que há também um outro ministro que também é curioso – falta saber se isto não traz água no bico – que também está a ter um grande protagonismo, vai ter muito nas próximas semanas, que é Pedro Marques, o ministro com a tutela das Obras Públicas. Veja bem só este encadeado: amanhã, abertura de um concurso para comprar mais 22 comboios para a CP; na Terça-Feira, assinatura do acordo entre a ANA e o Governo por causa do aeroporto do Montijo; na Quarta-Feira, também novo concurso para obras e investimento no Metro de Lisboa; na Quinta-Feira, vai a Conselho de Ministros o Plano Nacional de Infraestruturas para depois ir ao Parlamento e ser votado, que são grandes obras públicas para os próximos anos. Evidentemente que o Governo faz isto, em grande medida, porque como foi muito, muito acusado de não apostar no investimento público agora evidentemente quer corrigir esta lacuna e estamos em véspera de eleições, obviamente. Agora falta saber se este protagonismo do ministro Pedro Marques também não tem outras segundas ou terceiras intenções. Não sei, vamos ver, deixe ver. Sim, com certeza, qualquer coisa que seja, evidentemente, certamente bom para ele, não será mau, claro. Vamos ter que aguardar, vamos ver.”
Aonde queria chegar LMM com aquela sua insinuação acompanhada de um ar tão malandro quanto sabe exprimi-lo? Decerto que a algo que terá a ver com o futuro político próximo de Pedro Marques (PM). E, nesse quadro, só se lhe apresentam duas alternativas visíveis: ou ser ele a encabeçar a lista do PS para as Europeias ou ser ele a escolha de António Costa para próximo comissário português. A meu ver, e juro que nenhuma informação tenho sobre o assunto, a segunda é mais provável do que a primeira, na medida em que as caraterísticas pessoais e políticas de PM parecem casar bem melhor com um protagonismo político-técnico e centrado em gabinete e negociação do que com a liderança de uma campanha eleitoral (embora também já tenha havido Vital Moreira, por exemplo). Também me parece evidente que a presença de PM no colégio da Comissão Europeia lhe daria fortes probabilidades de vir a comandar o dossiê da Política Regional, uma área com peso, onde muito está em jogo e por onde passa muito dinheiro, tudo aspetos que agradarão ao primeiro-ministro na perspetiva de as entregar a um seu seguidor fiel e quando já tem por Bruxelas “o seu” presidente do Eurogrupo (Mário Centeno) a garantir-lhe a dose de influência financeira que realisticamente pode estar ao seu alcance. Vamos ver, como sugeriu LMM, mas não seria nada surpreendente que assistíssemos a que António Costa viesse oportunamente anunciar ao País que Marques será o novo Moedas...
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