quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

O REGRESSO DE PEPE


Aquilo que hoje aqui me traz pode corresponder a um dos erros de avaliação mais gritantes que se possam conceber na matéria, mas o facto é que se há coisa em que a lógica se farta de não prevalecer, essa coisa é o futebol. A lógica, no caso, está na justificada satisfação com que a família portista recebeu o regresso de Pepe, convicta do seu valor, da sua forte ligação ao clube e da sua utilidade para ajudar na conquista do bicampeonato. Na contracorrente, eu tendo a ver mais riscos do que méritos na situação em causa. Porque Pepe já se encontrará num patamar de ambição bastante baixo, porque Pepe está à beira de completar 36 anos e a sua enorme experiência não chega para suprir as suas crescentes deficiências de velocidade e rins, porque Pepe vai obrigar Sérgio a mexer numa defesa que estava a funcionar muito bem, porque Pepe vai conduzir objetivamente à castração da margem de progressão de outros jogadores mais jovens e de elevado potencial (com consequências em termos da qualidade futura do plantel e de desvalorização financeira dos ativos disponíveis), porque Pepe não deixa de ser uma incógnita em matéria de integração num grupo de trabalho que estava estabilizado, unido e totalmente moldado a Sérgio e aos seus critérios e opções. Sendo que muito disto cai por terra no imediato se a cláusula de Militão for mesmo batida já nesta janela de contratações de Inverno, o que assim me levaria a ressalvar quase tudo quanto foi dito e a ter de considerar Pepe uma excelente jogada de prevenção. Whatever, desde que – como obviamente é meu desejo e minha esperança – Pepe acabe por desmentir todas estas minhas razões de pessimismo e preocupação com exibições de qualidade e um sólido contributo para o coletivo...

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