Só porque ontem terminou uma fase determinante da “luta” de Rui Moreira contra “esta descentralização” que de facto “não lembra ao Diabo”, aqui venho saudar a sua coragem e resiliência (palavra horrível, de que não gosto mesmo nada, mas que o PRR pôs na moda de forma incontornável e quase insuportável) ao longo de todo um processo que abriu com frontalidade em nome do interesse do Porto, diz ele; contra o que eu acrescento: em nome de interesses mais alargado e, sobretudo, de valores que marquem um país decente. As dificuldades terão sido muitas para ter chegado ao resultado ontem votado na Assembleia Municipal do Porto, entre ponderações estratégicas, balizamentos argumentativos, contactos explicativos e negociações necessariamente árduas. Talvez que, como alguns dizem, o pior (no sentido de mais difícil) ainda esteja para vir, quer porque a tentação centralista irá no sentido de impor à outrance o seu isolamento quer porque Rui Moreira só acabará por contar com aqueles poucos cuja espinha dorsal não seja facilmente vergada por qualquer presentinho/medinho de circunstância. Há, todavia, uma avaliação que a meio do jogo já ninguém poderá evitar e essa decorre do colossal equívoco em que António Costa se deixou enredar, defendendo municipalismos serôdios e inapropriados à exigente situação do país e entregando responsabilidades fundamentais a incompetentes bastante abaixo do básico.
terça-feira, 31 de maio de 2022
A RESILIÊNCIA DE RUI MOREIRA
RAQUEL SERUCA
A terrível notícia era de algum modo aguardada e lamentavelmente lá chegou como quase sempre acaba por chegar. Na morte de Raquel Seruca, uma notável investigadora portuguesa com especial envolvimento no quadro do IPATIMUP ao lado de Manuel Sobrinho Simões e vários outros colegas, importa apenas aqui sublinhar os acrescentos que ela trazia à competência profissional e científica que possuía. Refiro-me à sua generosidade e capacidade de relacionamento e à dimensão cívica que permanentemente foi revelando ao longo da vida e sob as mais diversas formas; foi, aliás, neste quadro que primeiro a conheci, mesmo antes de mais tarde me ter podido aperceber da valia dos seus contributos para a Instituição que tão orgulhosamente servia e, mais amplamente, para a afirmação da Ciência portuguesa. Até sempre, Raquel!
LEMBRAM-SE DE TSIPRAS?
Alexis Tsipras foi um agente político muito citado neste nosso espaço durante o período crítico da crise financeira europeia, a qual apresentou uma especial expressão e gravidade no seu país de origem (Grécia), onde desempenhava o cargo de primeiro-ministro. Foram tempos duros aqueles, tempos em que a presença grega no Euro esteve por um fio e em que a maioria dos nossos parceiros europeus se comportou bastante mal em relação a mínimos exigíveis de sensibilidade e bom senso (digamos assim) no tocante em geral aos países do Sul da Europa mais afetados (como também o nosso) e em particular à então ultrajada Grécia. O termo da crise foi acontecendo, como se recordarão, através de aproximações e cedências sucessivas da parte de Tsipras, iniciadas as mesmas com um confronto explícito entre ele e o seu ministro das Finanças (Yanis Varoufakis) mas ulteriormente reforçadas sob várias formas e pressões ainda não integralmente desvendadas nem compreendidas. Quando tudo acalmou e a Grécia teve eleições, Tsipras estava pessoalmente fragilizado e numa situação frágil, pelo que perdeu claramente a contenda com um Kyriakos Mitsotakis que se viria a revelar um primeiro-ministro excelente porque preparado, focado e moderado, não deixando assim grande margem de manobra a qualquer veleidade que o seu antecessor pudesse vir a querer exibir junto dos seus concidadãos. E assim tem a Grécia vivido estes anos mais recentes, sempre com Tsipras à espreita de uma oportunidade que não tem efetivamente aparecido que não seja na sua imaginação mais ou menos fulgurante, como julgou ter ocorrido há dias quando Erdoğan se declarou opositor manifesto de Mitsotakis. Ao que tudo indica, Tsipras não parece destinado a ter um futuro político muito mais auspicioso do que o de se gabar de ter sido um chefe de governo improvável e inescrutável naqueles anos irrepetíveis.
segunda-feira, 30 de maio de 2022
CRITÉRIOS EDITORIAIS E DESCOCO DESPORTIVO
Eis acima as duas últimas capas daquele que é o mais famoso jornal desportivo português, “A Bola”. Onde se festejam com exagero as meritórias conquistas de uma Taça de Portugal de Futebol Feminino por parte do Sporting e de uma espécie de Liga Europa de Andebol por parte do Benfica. Está bem, está tudo bem assim, mas talvez não existam razões substanciais para tanto aplauso que não sejam as limitadíssimas proezas alcançadas pelos dois rivais da Segunda Circular noutras competições, designadamente em matéria de Futebol profissional.
Entretanto, e enquanto ambos se procuram (re)organizar com vista à obtenção de novos sucessos na próxima época, o inenarrável presidente dos “verde e brancos”, Frederico Varandas de seu nome, decidiu voltar novamente o seu ínvio foco para o presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, num ataque descabelado e sem precedentes que só verdadeiramente evidencia a dúbia natureza do “escol” em que vive mergulhado entre o “classismo leonino”, militarices sem conteúdo e tentativas mal-amanhadas de disputa de popularidade em relação ao ex-presidente Bruno de Carvalho que tanto fez por denegrir e afastar do seu caminho num processo que ainda hoje está quase completamente por clarificar (a propósito, onde pararão as investigações internas e judiciais sobre Alcochete e outras acusações do tipo?). Mas esse não é o ponto essencial hoje, antes sim o de aqui deixar colocada uma singela interrogação ao cuidado dos leitores que olham para estes assuntos com decência e a objetividade possível.
Ei-la: alguém no seu perfeito juízo pode mesmo acreditar que os títulos nacionais e internacionais (designadamente, duas Champions, duas Intercontinentais, uma Supertaça Europeia, uma Taça UEFA e uma Liga Europa, além de vinte e três títulos nacionais e outros mais a nível interno) alcançados pelo FC Porto nos últimos 40 anos, aqueles em que o clube esteve sob a liderança de Pinto da Costa, tiveram por base mecanismos de corrupção ativa protagonizados pelo seu presidente? Por Deus e a Virgem Santíssima, mesmo que o dito senhor Varandas tenha andado distraído e ficado aquartelado durante todo este tempo, torna-se insuportável que não tenha qualquer limite para proclamações eivadas de falta de rigor, mentira e inveja ― é que elas relevam, elas sim, de uma manifesta questão de falta de valores!
domingo, 29 de maio de 2022
O REAL É MESMO ESPECIAL
A “Marca” de Sábado já apontava a hipótese de um destino desejado e com cartas marcadas: as de mais uma, nada menos do que a décima quarta, vitória do Real Madrid na final da Champions que se ia disputar nesse dia no Stade de France de Paris.
E a profecia cumpriu-se quase naturalmente ou, dito de uma forma mais rigorosa (as imagens acima também caricaturam bem o ocorrido), o Liverpool dominou o jogo sem conseguir concretizar esse domínio em golos (por culpas próprias, apesar de Klopp ter metido toda a carne ao seu dispor no assador, e por culpas decorrentes da enorme exibição do guarda-redes belga do Real Madrid) e o Real chutou uma vez à baliza e fez um golo (pelo jovem brasileiro Vinicius Junior); no final, os madrilistas lá acabaram por levar a taça número 14 pelas mãos de Courtois e pela cabeça de Ancelotti (recorrendo a um título feliz do nosso “Público”), num jogo em que assim voltou a impor claramente a sua mística nas partidas decisivas, embora sem lograr afirmar uma presença marcante em jogo (descontando o génio tático do seu focado e competente técnico italiano) ou mais do que esparsos fogachos da reconhecida capacidade dos vários galácticos atletas que envergam o seu emblema.
Não obstante, o percurso dos espanhóis na prova foi objetivamente notável, independentemente do que possa ser sublinhado quanto a sortes do jogo ou matérias milagrosas ou fantásticas que vão no mesmo sentido ― as eliminações sucessivas de quatro potentados (nada menos do que Paris Saint-Germain, Chelsea, Manchester City e Liverpool) aí ficam para o demonstrar de modo inequívoco. Mas, aqui chegado, o que me importa mesmo é o facto de ter de assim ser levado a admitir sem rebuço uma aparente realidade que ressalta: a da conjugação de todos os astros possíveis, deste mundo e do outro, para ser trazida ao de cima essa ideia, que entendia esdrúxula, de que este clube é mesmo especial no espetro futebolístico europeu e mundial.
sábado, 28 de maio de 2022
ACORDEM O RIO!
Rui Rio pediu de modo incompreensível que o acordassem mais lá para o Verão, momento em que abandonaria uma liderança do PSD que se constituiu objetivamente num dos maiores flops partidários da história da democracia portuguesa. Quase tudo correu mal a Rio, exceto talvez o modo ainda mal explicado como conseguiu vencer Rangel numa disputa interna que lhe valeu o direito de se apresentar às últimas legislativas como principal opositor de António Costa ― aliás com os resultados catastróficos que se conhecem...
Agora que o Verão está aí à porta, é tempo de as hostes laranjinhas despertarem o não praticante ex-líder, estando de facto agendada para hoje a escolha entre duas alternativas de sucessão: Luís Montenegro, o ex-líder parlamentar de Passos e um confesso maçónico que declara não pretender ostracizar o “Chega”, ou Jorge Moreira da Silva, um ex-ministro de Passos que também andou pela OCDE e se afirma mais afastado da extrema-direita e mais preparado do que o rival por via do reformismo (?) de que foi capaz nas suas precedentes incursões pela política; ambos são nascidos a Norte, um a sul do Porto (Espinho) e outro a norte (Famalicão), embora pareça que o primeiro tem mais apoios fora de Lisboa e junto do aparelho do que o segundo, que tende a surgir como o candidato preferencial de uma certa “nomenclatura” partidária (Balsemão à cabeça) e da imprensa lisboeta mas também de um grupo significativo de próximos de Rio (opções bem mais pessoalizadas do que logicamente explicáveis).
Ou seja, talvez Montenegro pareça estar ligeiramente à frente nas casas de apostas mas não será de excluir uma surpresa vinda de Moreira da Silva. Sendo que, em qualquer caso, ou o vencedor (qualquer que ele seja) revela dotes insondáveis no exercício efetivo de funções (já que nenhum dos dois parece primar pelo carisma ou pela visão) ou estaremos perante uma disputa de previsível curta duração pela chefia de um PSD que, também porque os tempos e os enquadramentos mudaram significativamente, já não escapa da terrível “maldição” de não encontrar formas para lograr a aproximação ao poder que tanto lhe era própria nesse passado não muito longínquo que os seus militantes tanto anseiam ver de regresso sem contudo vislumbrarem como poderá ele emergir em tempo de vida útil.
sexta-feira, 27 de maio de 2022
CRONACA SICILIANA
(Catedral de Ortígia - Siracusa)
(Para quem entra na Sicília de automóvel, fazendo a ligação de ferry para Messina ou para quem chega de avião, aterrando em Catânia, tem sempre primeiras impressões algo dececionantes, confrontando-se com a dureza de Messina e com os primeiros sinais de degradação urbanística evoluindo para o centro da Cidade de Catânia a partir do aeroporto. Mas são primeiras impressões que pelo menos para mim rapidamente se apagam à medida que mergulhamos na cidades e vilas. Assim foi, com esta minha segunda vinda à Sicília, entrando agora de avião por Catânia que aliás não conhecia, a não ser vista do ETNA que permanece ameaçador e sobranceiro sobre a Cidade.)
Ambas com sinais evidentes de declínio e exemplos de outros tempos de mau e suspeito urbanismo, dispenso-me de recordar as razões, há por estes tempos uma certa luta competitiva entre Palermo e Catânia, esperando no domingo rever a primeira. À agonizantemente aristocrática Palermo opõe-se hoje uma Catânia vibrante, mais jovem e empreendedora, aliás visível no movimento infernal de tráfego pesado que circula pelas “tangenziales” ao centro da Cidade, sinais de que há uma indústria e uma logística portuária Catânia-Siracusa a ter em conta, mas que terá de ser explicada por algo mais. É uma cidade vibrante, não com aquela organização urbanística irrepreensível, mas isso na economia do sul é uma miragem, senão uma utopia. Mas uma vez mais, agora em Catânia e em Siracusa, o que marca a minha impressão, ou seja a marca de água da Sicília é a ainda visível coexistência de culturas e influências, greco-romana, normanda, aragonesa e espanhola.
A configuração urbanística de Catânia é, em bom rigor, um verdadeiro milagre depois de no tempo longo a Cidade ter sofrido seis devastações naturais, erupções do ETNA e acidentes sísmicos. Sete vezes foi Catânia reconstruda e por isso é um milagre da história ter sido possível manter essa conjugação de influências.
Ortigia, que não é a zona histórica mais antiga de Siracusa, é uma joia dessa confluência histórico-cultural e nem os sinais já evidentes de turistificação conseguem apagar essa marca de água, com o festival de cores (influência claramente árabe) a sobressaírem nas ruas do centro histórico, hoje apinhadas de ninhadas imensas de alunos do secundário em visitas turístico-escolares. A sua catedral é uma preciosidade que vale a pena ser visitada, sobretudo pela ainda visível presença de fabulosas colonas gregas (Dóricas) misturadas com a influência normanda (greco-romana).
Por isso, moral da história, como em muitas coisas da vida acreditar nas primeiras impressões tem riscos assinaláveis. Concedam mais oportunidades e verão que não se arrependem.
A Sicília é o melhor exemplo.
UM MINUTO DE SILÊNCIO
Já não sobram argumentos lógicos para enfrentar a “carnificina” que recorrentemente acontece nos Estados Unidos da América por razões largamente associadas ao descontrolado peso que o lóbi das armas possui junto dos detentores do poder político. Mesmo não ignorando as variadas dimensões ideológicas e culturais que marcam a questão, o problema principal decorre mesmo da força do vil metal e do modo como um certo poder económico mantém capturada a maioria dos decisores societais e assim vai objetivamente contribuindo para a cíclica ocorrência de situações trágicas e absolutamente impensáveis como a que esta semana se verificou na escola primária de Uvalde, estado do Texas. Com responsáveis máximos a simultaneamente virem a público lamentar o sucedido e agirem em privado com manifesto beneplácito para com os grupos que estão na raiz do mal...
quinta-feira, 26 de maio de 2022
DESMANCHA-PRAZERES?
A maioria das pessoas normais encara crescentemente os políticos como constava daquele já velho dito de que “estes publicitários são uns exagerados”. E o facto é que encolhem os ombros desinteressadamente porque no fundo é assim e ninguém deve levar a coisa muito a peito, faz parte e pronto. Vem isto a propósito das declarações do nosso primeiro-ministro anteontem em Sintra perante uma dócil plateia de empresários chamados a reunir com ele para “preparar uma ida à Hannover Messe”, feira que inaugurará com Scholz representando-nos como país parceiro sob o questionável mote “Portugal Makes Sense”.
Arrebatado por tal contexto, e piamente inconsciente quanto ao desproporcionado sentido das suas certamente bem-intencionadas mas desmedidas palavras, António Costa discursou pela estrada fora sem sentir necessidade de qualquer contenção em termos de razoabilidade básica. E lá foi por ali adiante na defesa de nada menos do que essa ideia peregrina de que temos “condições únicas para ser uma grande plataforma no esforço de reindustrialização da Europa”. Para a suportar falou de razões de posição geográfica (“nessa relocalização para o mercado global”, Portugal “deixou de ser periférico” ― “quando a Europa olha para o mundo, Portugal é de facto o ponto natural de interface”, a velha ladainha da “distância mais curta entre o continente americano e o continente europeu, entre o continente africano e o continente europeu”), de segurança (“o quarto país mais seguro do mundo e o terceiro país mais seguro ao nível da União Europeia”), de aposta nas qualificações (“nós já temos um número de pessoas a frequentar o ensino superior que ultrapassa o da média europeia” além de uma significativa “capacidade [de inovação no contexto empresarial] como não tínhamos há algumas décadas atrás”) e de transição climática (área onde a Comissão Europeia considera Portugal “o país que está em melhores condições para alcançar a neutralidade carbónica até 2050”).
E não quis passar sem recorrer à sempre pronta muleta dos dinheiros comunitários (“11 mil milhões de euros destinados exclusivamente ao apoio ao investimento exclusivamente empresarial”, ou seja, “90% mais [nos próximos sete anos] do que a última geração de fundos comunitários disponibilizou às empresas”) nem sem sublinhar a “oportunidade extraordinária que ocorre num momento extraordinário” que é este “momento em que a Europa decidiu investir seriamente na indústria”. Uma lógica estratégica imbatível, tão válida com base nesta argumentação do dia de hoje como para o estímulo a um empreendedorismo tecnológico à la Web Summit no dia de amanhã, feita esta a partir de uma argumentação decalcada mas cirurgicamente retocada.
É todavia óbvio que a ida à Hannover Messe representa um facto positivo em si mesmo ― conceda-se que podendo até constituir-se numa “alavanca que nos ajude a projetar o Portugal que nos importa projetar, que é um Portugal que é competitivo, um Portugal que é inovador, um Portugal que é altamente produtivo e muito focado no desenvolvimento da indústria e com enorme potencialidade para atrair para Portugal aquilo que são as indústrias do futuro”. Assim sendo, o meu ponto crítico é outro, que faço ressaltar porque há um perigoso oásis a querer voltar a impor-se à nossa volta, um oásis que nos vai sendo impingido por via da exaltação de um marketing político aparentemente eficaz embora substancialmente contraproducente quando encarado por quem tenha os pés bem assentes na terra e um conveniente conhecimento do terreno que pisa.
quarta-feira, 25 de maio de 2022
SICILIANO POR UNS DIAS
(Catedral de Monreale, nas imediações de Palermo)
(Andarilho do planeamento cá dentro e fraco viageiro lá por fora, entre descobrir novos mundos e regressar segunda vez a sítios que causaram muito boa impressão devo confessar que tenho pendido para a segunda das hipóteses. Assim vai ser com alguns dias pela Sicília, não pelo prazer da descoberta informal e não organizada, como o foi a primeira vez, mas numa viagem organizada que é a primeira experiência. Para além da Sicília mais turística, fiquei com a sensação de que o tempo por lá tem outra dimensão, sobretudo naqueles pequenos centros urbanos que parece que permaneceram num limbo histórico de meditação. Conto desta vez com a inspiração de perspetivas da Professora Elvira Mea, para trazer à viagem organizada um espírito mais informado sobre o passado histórico e sobre o tempo longo daquele território.)
Trata-se, por isso, de uma curta introdução a um período de alguns dias, sobre os quais nada posso dizer antecipadamente sobre a minha capacidade local de blogar.
Inicialmente, antes dos confinamentos, a viagem tinha sido antecipada como uma oportunidade de rever lugares sobre os quais a minha visão impressiva se deteve mais, como a ambiência inigualável de Palermo e também para tentar perceber in loco o mundo de Camilleri, visto pelas aventuras do Comissário Montalbano, jovem e adulto, na série esplêndida da RAI, passada há tempos em diferentes períodos na RTP 2. Uma das máximas de Montalbano é que enquanto se aprecia gustativamente a comida e o vinho não se fala, simples deve usufruir-se da dádiva de poder desfrutar de iguarias tais, dos anti-pasti a outros prolongamentos e complementos, sempre com o mar como foco de variedades gastronómicas. Não vai poder ser assim, esse roteiro fica para outra oportunidade, se houver energia e saúde para isso.
Com a companhia de Amigos de sempre, espero descobrir novas ambiências, não ao saber do improviso e da descoberta do momento, mas agora subordinado ao profissionalismo de quem organiza. Dará para comparar.
Até daqui a uns dias, mas pode ser que as condições de internet e a inspiração dos lugares justifiquem alguns posts numa de descontração reflexiva.