Não chega a ser grave num contexto dominado pelos nossos “brandos costumes” e ademais caldeado por uma maioria absolutíssima. Ainda assim, é por demais sintomático o incidentezinho que fez a capa do “Público” de ontem, motivo pelo qual não quereria deixá-lo passar em claro neste nosso espaço.
Trata-se de sublinhar, por um lado, quanto Marcelo resiste cada vez menos à atração das luzes e de uma presença a qualquer custo em todo o possível palco mediático, uma situação que inquestionavelmente carateriza o seu modo de estar nos anos de mandato transcorridos e que tem de tal modo vindo a agravar-se que já não deixará de passar à posteridade como uma das limitações mais criticáveis do seu exercício presidencial.
Trata-se também de referir, por outro lado, quanto Costa está hoje de tal modo confiante e superior que se consegue dar ao luxo de responder tão magistralmente como acima se reproduz (a peça do jornal fala de uma resposta do primeiro-ministro que “é um tratado a disfarçar ― mal ―o desagrado”) à inqualificável chibada de Marcelo sobre a sua visita à Ucrânia.
Tudo visto e ponderado, Marcelo está desesperadamente em perda e Costa irritantemente em alta. O que só pode ser avaliado como mais negativo do que positivo para um País que assim deixa simultaneamente de ter um fiscalizador governamental à altura dos seus pergaminhos e poderes e um executor verdadeiramente responsável porque mais preocupado com a gestão de uma triste continuidade do que com a promoção de uma imperiosa dinâmica reformista.
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