domingo, 8 de maio de 2022

CAMPEÕES, CAMPEÕES, NÓS SOMOS CAMPEÕES!


(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

Incontornável o registo aqui ― o meu parceiro do lado me ressalvará desta tentação, mais não seja pelo seu reconhecido fair-play ― do trigésimo título nacional de futebol do FC Porto. Um título especialmente saboroso, não tanto por ter sido conquistado no Estádio da Luz (a que alguns dos nossos já gostam de chamar “salão de festas”), embora também, mas sobretudo porque foi conquistado em condições terríveis do ponto de vista financeiro (as quais obrigaram mesmo à venda, no mercado de Inverno, daquele que era o nosso melhor e mais diferenciador atleta, o colombiano Luis Diáz) e das próprias unidade (vejam-se as vendas de Corona e Sérgio Oliveira, entre outros incidentes que Sérgio Conceição foi cirurgicamente sinalizando) e gestão internas (cada vez mais afetada pelo inexorável envelhecimento de Pinto da Costa). Goste-se ou não do seu estilo, e eu sou dos que não gosto da sua postura no banco, o grande obreiro desta vitória é mesmo o treinador Sérgio Conceição, principalmente pela forma como conseguiu refazer o “grupo de trabalho” em torno da matéria-prima que lhe restava, designadamente os jovens que lançou (de Diogo Costa, um esteio na baliza que obrigou a secundarizar o excelente Marchesín, a Vitinha, um todo-o-terreno criativo que faz lembrar Deco, ou aos menos permanentes mas igualmente determinantes Fábio Vieira, João Mário, Francisco Conceição e Pepê). Importa não esquecer o papel absolutamente distintivo de Pepe (um atleta espantoso aos 39 anos e um capitão omnipresente, dentro e fora do campo) e referenciar ainda outros destaques nada negligenciáveis, como o central Mbemba (que falta vai fazer no próximo ano!), os magníficos médios Uribe e Otávio ou os avançados (nem sempre praticantes em termos de concretização mas sempre senhores de uma entrega inexcedível) Taremi e Evanilson. Notas finais de apreço para o brutal crescimento ao longo da época de Zaidu, para o algo injustamente sacrificado Toni Martinez e para o suplente sempre disponível Grujić. E uma outra, esta reforçada, para o leal adjunto Vítor Bruno, alguém que aparenta ser o maior apoio e a boa consciência de Sérgio nos seus momentos mais perturbados. Daqui vão os meus sinceros parabéns, alargados a todos quantos contribuíram e integrados numa escala compatível com a imensa alegria que me proporcionaram.

Sem comentários:

Enviar um comentário