terça-feira, 17 de maio de 2022

COMPASSOS DE ESPERA E RETRANCAS

(cartoons de https://www.lesechos.fr Patrick Lamassoure, “Monsieur Kak”, http://www.lopinion.fr)

 

Nos três grandes países europeus do Ocidente vivem-se tempos de alguma expectativa e espera, com um especial suspense em relação ao que poderá ainda vir de França na decorrência das eleições legislativas de início do próximo mês; os prognósticos vão no sentido de que a maioria presidencial poderá vencer com alguma distância, mas Macron não quer facilitar e, perante o risco de alguma sombra proveniente da união das esquerdas, lá se decidiu ontem a nomear a sua futura primeira-ministra (Élisabeth Borne) que assim se torna, depois de Mitterrand ter escolhido Édith Cresson há já mais de vinte anos, uma segunda mulher no posto governativo máximo do país ― la deuxième première, como refere com graça o “Libération” de hoje, que também apresenta duas interessantes entrevistas sobre as “ambiguidades europeias” (ou problemas de desconhecimento ou de falta de vontade de governar?) que tendem a dominar a esquerda francesa, explicitadas sob o grande chapéu de uma pergunta que aponta para o pior dos cenários ― Nupes: y a-t-il un Frexit dans l’union?



Enquanto esta relativa incerteza vai animando o “Hexágono”, na Alemanha Olaf Scholz vai estando a braços com dificuldades internas e externas de múltipla ordem, assim justificando um curioso apontamento de primeira página inserido num dos diários locais de referência e centrado em torno de um hipotético “novo estilo de gestão” a ensaiar sob inspiração “zelenskyana”.


 

Já no Reino Unido as coisas públicas prosseguem entre o inevitável passadismo monárquico ― desta vez com Charles a substituir pela primeira vez a Rainha na cerimónia de “discurso do trono” no Parlamento ― e as diabruras de BoJo, agora mais confiante em que ainda não será desta que o empandeiram (apesar dos terríveis números dos Conservadores nas eleições locais) e a querer voltar a tomar a iniciativa política com uma provocação à União Europeia consubstanciada na ameaça de um rompimento unilateral do melindroso Protocolo da Irlanda do Norte que viabilizou as negociações pós-Brexit.


(Pierre Kroll, https://www.lesoir.be)


(Morten Morland, http://www.thetimes.co.uk e Dave Brown, http://www.independent.co.uk)

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