domingo, 1 de maio de 2022

POR TERRAS DE MACEIRA (VIMEIRO)

 


(Umas breves notas para justificar a gazeta dos últimos dois dias, para gozar o aniversário da companheira e reunir a família próxima, sobretudo permitir que os netos do Porto e de Lisboa pudessem conviver um pouco mais. A nostalgia do Oeste Litoral e do Vimeiro em particular, praia de Santa Cruz incluída, determinou a opção, já em tempos de serviço militar em Mafra, já lá vai uma eternidade, as praias daquela zona foram a compensação num outono que foi nesse ano de 1973 extraordinariamente ameno. O hotel Golfe Mar na Maceira, praia de Porto Novo, é um três estrelas datado mas com uma qualidade preço apreciável e deve ser essa a razão para a PwC o utilizar regularmente para semanas de formação e de “team building”.)

A evolução infraestrutural recente deste território do Oeste litoral, que evidencia cada vez mais a sua proximidade à aglomeração de Lisboa e a sua dinâmica de florescimento agrícola, tem feito que a qualidade infraestrutural da costa e das amenidades de praia coexista com um modelo urbanístico que esse não tem remédio possível. Temos assim de louvar o esforço notável de qualificação da costa e habituar o olhar ao que não tem remédio.

Esta avaliação começa no próprio hotel que hoje por certo não seria construído, já que está praticamente na falésia. Hoje, é gerido, pela aparência e dinâmica bem gerido por um gestor de ativos, pois tinha o nome do BES associado, fazendo assim parte de tantas outras peças infraestruturais que aguardam o desfecho de um malfadado processo.

 

Mas a infraestrutura hoteleira é extremamente apelativa, com uma piscina interior excelente, além da exterior, um Centro Hípico que pela animação deste fim de semana respira qualidade e animação, um complexo de divertimento infantil com imensos equipamentos, dois campos de ténis e um acesso rápido e relativamente fácil a Santa Cruz, que continua a ser uma praia de referência.

Nesta vila é perfeitamente visível a qualidade habitacional de outros tempos, o descontrolo posterior que já não tem remédio, o apuro do arranjo costeiro e aquela imagem do que já foi expoente e se aguenta como pode nos últimos tempos.

Certamente mais apelativo para o raio de influência da aglomeração lisboeta, mas de qualquer modo a justificar uma viagem mais longa que a combinação da A29 até Aveiro (ou da A1 nesse percurso), da A17 de Aveiro a Leiria e da A8 de Leiria para baixo pelo litoral torna menos stressante, este território do Oeste litoral não perdeu o seu encanto. É uma questão de habituar o olhar urbanístico.

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