Visto aqui de longe, o que às vezes permite uma melhor perspetiva mas frequentemente também não permite aceder aos detalhes em que se esconde o Diabo, Alberto Feijóo está a fazer tudo certo em Espanha e, como as sondagens muito rapidamente passaram a indicar, poderá estar a caminho de um derrube próximo do atual presidente do Governo Pedro Sánchez.
Tudo terá sido calculado a régua e esquadro, desde o modo como assumiu sem sofreguidão o desafio a Casado e tranquilamente a sua substituição até ao timing cirúrgico de saída da Galiza para liderar a oposição em Madrid, passando ainda (e sobretudo) por uma estratégia propositiva e de enfrentamento pela positiva ao PSOE sem deixar grandes dúvidas quanto à desvalorização do espaço que poderá querer deixar reservado à extrema-direita (à boa atenção dos candidatos à liderança do nosso PSD!), por um lado, e pela inteligência política com que se aproximou do ativo principal do PP que é, hoje por hoje, a empática, desassombrada e carismática presidente da Comunidade de Madrid Isabel Díaz Ayuso, por outro. Como ontem se viu à saciedade durante os trabalhos do Congresso do partido, onde Feijóo discursou com completo foco e acerto liderante mas sem nunca prescindir de uma cercania e vassalagem esclarecida relativamente à companheira ao lado de quem sabe que precisa de estar para chegar ao seu objetivo de poder; faltando-nos apenas aceder a um dado essencialíssimo, o de se conhecer até onde podem conter-se, e se param e quando, as ambições pessoais de Ayuso.
Se a vida não lhe trouxer surpresas inesperadas e se não cometer erros grosseiros como tem vindo a acontecer nestes meses de liderança do PP, Alberto Feijóo irá meritoriamente ser o próximo chefe de governo em Espanha.
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