Em Espanha, a investidura continua por definir, sabendo-se apenas duas coisas novas: a data, que implica uma espera a prolongar-se por mais cinco semanas, e a escolha do Rei, que após uma aparente dúvida metódica optou por conceder uma oportunidade primeira a Feijóo. Tudo o resto vai sendo ruído de fundo, com alguma contrainformação à mistura (os jornais apoiantes do espetro político mais à direita, como o ABC, afadigam-se numa procura incessante de não deixarem qualquer espaço credível de manobra ao nacionalismo catalão e a Puidgemont em particular) e o beijo de Luis Rubiales à capitã Jenni Hermoso a dominar as atenções mediáticas (entre tentativas de desvalorização por entusiasmo e pedidos de um castigo exemplar).
Pela minha parte, e enquanto espero, assaltou-se-me ontem a hipótese de o Rei saber mais do que o que estaria associado à razoável designação do candidato vencedor das eleições. Afinal, e após a declaração de apoio mais ou menos incondicional de Abascal, apenas faltam a Feijóo quatro votos e os nacionalistas bascos não serão assim tão firmes em princípios de oposição à extrema-direita que não possam ainda vir a deixar-se tentar por alguma melhor oferta de última hora de um Feijóo que consiga esconder ao máximo a presença do Vox no embrulho. Insisto em que esta possibilidade corresponde apenas a uma ideia que me passou pela cabeça, eventualmente não concretizável, mas sempre apostaria que anda por ali algo no ar...
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