Terminou há momentos a “Missa de Envio” com que foi encerrada a Jornada Mundial da Juventude. O essencial do evento saldou-se por um indiscutível sucesso para a Igreja Católica, seja pela mobilização conseguida seja pela organização evidenciada. A mensagem, essa, esteve entre uma expressão de esperança que não fugiu do convencional e o comedido arrependimento manifestado pelo Papa em relação à questão dos abusos sexuais que tanto abalou a imagem da Igreja. O poder político também não saiu do previsível, entre a beatice entusiasticamente apatetada de Moedas, a permanente e sempre inevitável presença em cena de Marcelo e a apologia da grandiosidade nacional pelos nossos laicos governantes, sendo que os balanços e os escândalos associados à forma hão de começar a partir de agora qualquer que possa vir a ser o critério de abordagem encontrado.
Ainda assim, e no cômputo geral, o resultado poderá ser considerado como contendo elementos positivos para todas as partes, descontados algum excesso de despesismo e os aproveitamentos ao mesmo inerentes ― ou seja, e afinal, tudo se passou como os efeitos do Melhoral (“nem faz bem, nem faz mal”), com o pouco exigente povo português a dar sinais de algum contentamento (tivemos o Papa por cá, muitos jovens a falar estrangeiro nas nossas terras, diretos televisivos a entreterem-nos pacificamente durante horas e horas e os políticos alinhados num consenso que já não parecia atingível) e do habitual alheamento em relação ao que é de facto essencial. Agora é tempo de fazer regressar o benfiquismo e o folhetim João Félix, com a época futebolística a espreitar no horizonte.
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