Chega hoje ao fim, na maioria dos países europeus, o tão nefasto período para inscrição de jogadores com vista à época em curso. No que toca a Portugal e aos clubes portugueses, e abstraindo dos inconcebíveis casos de João Félix (que talvez ainda acabe com bilhete premiado para vir a integrar o plantel do Barcelona), de João Moutinho (que foi parar ao Braga depois de ter tudo acertado com o FC Porto, num processo que tem tudo de falta de transparência) e de Odysseas Vlachodimos (que parece em vias de despacho para o Nottingham Forest por decisão inamovível do vingativo Roger Schmidt), tudo correu dentro de alguma normalidade até ontem, momento em que algo fez abortar a acordada saída do iraniano Mehdi Taremi para o AC Milan por 18 milhões de euros. Não querendo explorar um discurso em torno do meu desconhecimento quanto ao concreto da matéria, limitar-me-ei a duas “colocações” contraditórias: a do adepto, satisfeito com a permanência de um excelente atleta e com as correspondentes garantias de um contributo sem paralelo na disputa pela liga nacional e no apuramento para os Oitavos da Champions (o grupo ontem sorteado fornece razões de otimismo nesse sentido); a do portista atento e preocupado com a gestão do clube, não apenas desagradado com o termo de um negócio que evitava mais uma saída a custo zero no final da época como sobretudo envergonhado pelas referências críticas e pouco abonatórias (vindas de Itália) ao “sistema” que parece estar crescentemente a reger o modo de estar dos nossos dirigentes. Por isso, daqui me declaro solidário com a “vergonha alheia” declarada por André Villas-Boas aquando do caso João Moutinho (que ficou inaceitavelmente por explicar) e credor (enquanto sócio e fervoroso apoiante de muitas décadas) de algo mais do que um silêncio ensurdecedor por parte de quem decide e assume responsabilidades em nome do FC Porto.
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