Para uma melhor perceção do tipo de emprego criado em Portugal nos anos da governação de António Costa (do final de 2015 até ao presente), recorri aos últimos dados disponibilizados pelo INE sobre a distribuição por setores (institucional e de atividade económica) da população empregada por conta de outrem. Agreguei ainda para tal aqueles por forma a autonomizar o emprego público criado e o emprego criado na indústria transformadora e, em seguida, a distinguir os setores com maior potencial de empregabilidade diferenciada (ou seja, mais qualificada) daqueles que manifestamente correspondem a uma empregabilidade indiferenciada (ou seja, menos qualificada), deixando como residuais os remanescentes. Resulta que metade do aumento do número de trabalhadores (cerca de um milhão de pessoas) cai dentro do grupo de setores de atividade indiferenciada (hotelaria e construção, comércio, atividades administrativas e imobiliárias) ― percentagem que desceria para 38% se excluíssemos o comércio ― e que apenas 17% dos novos empregos criados caberia no grupo de setores de atividade diferenciada (de consultoria, científicas e técnicas; de informação e comunicação; financeiras e de seguros), com o setor público a registar um acréscimo de 66 mil colaboradores e a indústria transformadora de cerca de 85 mil. Assim vamos, para conhecimento de quem disso queira tomar a devida nota.
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