(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
Pessoalmente, reconheço e simpatizo com os argumentos de tantos (incluindo o meu colega neste espaço) que por estes dias se têm pronunciado em defesa de António Guterres perante a revoltante diatribe de Netanyahu e seu embaixador contra ele, na sequência das suas declarações acerca do conflito em curso e suas presentes exigências humanitárias e históricas razões de ser em matéria de culpabilidade do Estado israelita. Isto dito a título de explicitação de interesses, importa também não esquecer que estamos perante um governo altamente radicalizado, acontecimentos excecionais e manifestamente traumáticos e ainda quentes, a atuação estruturada de organizações de pendor terrorista e riscos sérios de um alastramento explosivo do rastilho para fora da zona e até com potencialidades de alcance mundial. Neste quadro, e só nele, vejo-me forçado a também reconhecer que um secretário-geral da ONU devesse ter tido outro cuidado com cada palavra que fosse proferir, mais não seja para salvaguardar o seu papel mais importante de desejável mediador de conflitos entre partes. Pôs-se a jeito, como diz o povo, sem que disso tivesse decorrido ou possa decorrer qualquer vantagem visível para o encontrar da paz, para um enfrentamento condigno da tragédia humanitária e para um renovado favorecimento político-diplomático da incontornável solução de dois Estados.
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