Acima, alguns dos títulos mais sugestivos da entrevista de António Costa Silva (ACS), ministro da Economia e do Mar, ao “Jornal de Negócios”. Confesso que poucas vezes senti tanto desencanto nas entrelinhas de declarações de um membro de governo. ACS parece estar deixado à solta num corredor muito próprio e sem qualquer influência de monta nos dossiês que verdadeiramente contam (caso da TAP em que se refugia na colegialidade do Conselho de Ministros), ademais com completo desfavor das suas posições (veja-se o caso do IRC, completamente desvalorizado no Orçamento de Estado, ou da gestão dos fundos comunitários, totalmente entregue na sua componente estratégica a outras sedes de poder), e deixado solitário no seu voluntarismo poético e na gestão de um dossiê difícil (Efacec), cheio de alçapões criados bem lá atrás no tempo e que terminará necessariamente mal (“encargos podem ser maiores do que o previsto”). É quase confrangedor assistir ao esforço pungente que constitui o exercício ministerial por parte de um gestor privado longamente experiente e que é também um intelectual com inegáveis méritos ― ser parte de uma governação do tipo da atual exige caraterísticas que ACS não possui mas, dito isso, não pode minimamente ser algo em que a pessoa em causa é mantida em águas mornas de impotência e desolação face a uma trituradora máquina de castração pessoal e política!
terça-feira, 17 de outubro de 2023
ERRO MEU (?) MAS ASSIM LI O MINISTRO
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