quinta-feira, 26 de outubro de 2023

ORGULHO SEM PRECONCEITO

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt) 

Acabado de regressar à Terrinha após uma bem preenchida incursão pelo Reino dos Belgas, com a noite de Quarta-Feira a ser objeto de uma derivação futebolística em terras flamengas (Antuérpia no caso) para assistir ao jogo do meu clube de coração contra os locais (campeões do seu país na época transata depois de 65 anos de jejum) no quadro da Champions deste ano (cuja fase de grupos ainda vai a meio). Uma viagem curta (apesar dos engarrafamentos), chuva miudinha mas suportável, um estádio muito envelhecido (ao nível da nossa divisão secundária), muita gente conhecida de várias vidas presente nas bancadas, cerveja e uns hamburgers e hot-dogs para preencher o tempo de espera... e lá chegou a hora do jogo.

 

Durante a primeira parte, estivemos péssimos (Sérgio Conceição confessou-se “aziado” ao intervalo) e foram os belgas a exibir toda a sua vontade de ganhar (apesar de um engenho relativamente limitado). Depois do refresh que Sérgio impôs ao intervalo, a segunda parte foi bastante boa e contou com um Evanilson inspirado (marcou três golos, sendo o terceiro e o quarto magníficos!) no seio de uma equipa finalmente ligada e assim capaz de excelentes momentos exibicionais. Nesta, os destaques principais vão para Diogo Costa (julgo que nunca confiei tanto num guarda-redes como nele, sempre sereno e eficaz), os centrais (do velho Pepe a David Carmo, este a querer aproximar-se do que terá justificado a sua contratação) e a utilidade todo-o-terreno de Taremi e Pepê (este com a irritável pecha de uma capacidade de concretização quase infantil), com outros bons jogadores a continuarem ainda a mostrar-se algo irregulares (Galeno, João Mário, Varela, Eustáquio). Uma vitória indiscutível por 4-1 e mais uma jornada indiscutivelmente prestigiante para as nossas cores e o desporto nacional.

 

O pior de tudo esteve na longa espera a que fomos sujeitos por parte da polícia belga, talvez excessivamente traumatizada com o grave incidente recentemente ocorrido aquando de um Bélgica-Suécia mas a jurar a pés juntos que havia ameaças de hooligans por perto a que não podiam deixar de corresponder em termos simultâneos de segurança e repressão (ou muito me engano ou coisas destas vão recrudescer nos tempos que aí vêm). Neste contexto, valeu o convívio final entre tantos adeptos satisfeitos e, muito especialmente, o agrado de alguns reencontros (ex-alunos e ex-colegas) e o interesse de algumas boas conversas sobre temas que por cá dominam. Foi já depois da uma da madrugada que cheguei a casa e fui dormir sobre os louros conquistados.

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