Atualizo hoje aqui a informação relativa à decomposição dos mercados das exportações portuguesas no seu principal destino, esse nosso único país vizinho que nos absorve mais de 25% do total das mesmas. Comece por registar-se que, segundo dados do ICEX espanhol, Portugal terá exportado em 2018 para Espanha 11,56 mil milhões de euros, o que nos coloca assim, com 3,6% do total importado, em 7º lugar no ranking dos seus fornecedores (de notar que somos, em contrapartida, o 4º maior cliente espanhol, escoando-lhes bens num valor de 21,09 mil milhões de euros equivalente a 7,4% do total por eles exportado). Mas o dado mais interessante provém efetivamente da distribuição inter-regional interna daqueles 11,56 mil milhões por nós exportados ou, se quisermos para de algum modo contornarmos eventuais flutuações conjunturais, dos 44,4 mil milhões correspondentes ao último quadriénio de relações comerciais bilaterais (2015 a 2018) – com efeito, mais de dois terços do montante exportado em causa foi objeto de absorção por parte de duas CC.AA (as comunidades autónomas de Madrid e Galiza) praticamente ao mesmo nível cada uma, quase 50% teve três destinos (as duas anteriores CC.AA mais a Catalunha) e quase 75% encontrou seis destinos (as três anteriores CC.AA mais a Andaluzia, a Comunidade Valenciana e Castela e Leão, por esta ordem). Muito interessante, e volto a sublinhá-lo, a colocação galega ao nível madrileno e bem acima do nível catalão – fruto da geografia, da história e da cultura, talvez também com um não negligenciável contributo proveniente da cooperação transfronteiriça –, sendo de registar que as províncias da Corunha e Pontevedra são de longe as de relacionamento mais relevante com agentes portugueses (cerca de 3,5 e 3,4 mil milhões, respetivamente, correspondentes a 15,4% do total importado por Espanha). Já agora, e em termos provinciais, uma nota para o significativo peso de Valência (6,5%, sinalizando que há por ali uma forte dinâmica económica e industrial com grandes complementaridades connosco) em contraste com os bem mais baixos de outras tidas por mais prováveis: Valladolid (3,6%), Badajoz (3,5%) e Sevilha (3%), a par de Saragoça (3,3%). Por detrás destes números, vários seriam os motivos de reflexão no sentido de uma maior densificação da nossa política pública...
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