É estonteantemente rápida a mudança em termos de perceção e aceitação social a que vimos assistindo em matérias de usos e costumes, ou seja, de muito daquilo que vulgarmente se tende a designar por temas fraturantes. A capa do último “i” presta, a esse nível, um serviço muito marcante em relação ao domínio do género, que começa a estar no centro da ordem do dia. Género fluido, porque não, e porque não também a aceitação das respetivas inerências? Como aconteceu nos casos da interrupção voluntária da gravidez, do casamento gay ou da adoção por casais homossexuais, a maioria das pessoas para, observa, pensa e decide-se pelo óbvio de entender que a cada um as suas escolhas e a sua própria liberdade individual em nada colidente com o superior interesse geral e coletivo. Eis, em toda a sua plenitude, a exemplar beleza de modos de vida compatíveis com sociedades abertas, modernas e decentes – pena que se trate de excecionalidades que confirmam outras predominâncias em sede de regras de organização e funcionamento bem mais abstrusas, medievais e sórdidas...
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