quinta-feira, 11 de abril de 2019

FAZER O QUÊ?




Regressado à normal normalidade, volto ao jogo do FC Porto em Liverpool para uma breve nota em torno. Na véspera, fora Sérgio Conceição a mostrar toda uma inesperada mas compreensível e saudável confiança (“É possível”). No dia, foi uma equipa bem montada – o esquema estava lá! – a resistir conforme podia, com garbo e alguma classe, a uma clara superioridade coletiva e individual adversária, acabando por ser o mau jeito de Marega (três oportunidades perdidas isolado perante o guarda-redes, que também não deixou de fazer significativamente a sua parte) e, principalmente, o árbitro espanhol (Antonio Mateu Lahoz) e o VAR a impedir que os nossos viessem de Inglaterra com arremedos de esperança numa passagem às meias-finais – três penaltis por assinalar, um deles inquestionável, e uma expulsão por ordenar a Salah, também segundo a avaliação de toda a crítica britânica. No day after, foram os analistas a sublinhar a crueldade do resultado e da situação dele decorrente, assim como a evidência de que os campeões portugueses falharam nos detalhes, para além daquela quase utópica ideia de que há ainda contas a ajustar ou de que o futuro ainda está em aberto – um “direito a sonhar” indiscutivelmente bem conquistado mas praticamente improcedente face à diferença que existe entre os valores de mercado dos dois onzes – os 650 milhões de euros do inglês (onde ao tridente atacante cotado entre os 80 e os 150 milhões se somam Alisson, van Dijk, Robertson, Alexander-Arnold, Fabinho e Keita cotados entre os 45 e os 75 milhões) correspondem quase ao triplo dos 219 do portista! – e, sobretudo, à sua efetiva capacidade de explanação em campo. Falta concluir com uma moral da história e essa é a de que lá teremos de nos conformar com a disputa do título nacional num quadro de manifesta boçalidade da nossa arbitragem caseira, esta mais uma vez patenteada no último fim de semana por esse senhor Bruno Paixão que já anda há demasiados anos a esforçar-se por estragar o que resta do nosso futebol (lembram-se do Campomaiorense?) – é que até na porcaria do apito mais VAR somos amadores de terceira quando comparados com os profissionais daqui do lado!

(cartoon de Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

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