(Vladimir Kazanevsky, https://www.cartoonmovement.com)
Como podia eu prever, a meio da tarde de ontem, que a aguardada comunicação de Emmanuel Macron ao país a propósito do chamado “grande debate” redundaria em nada ao acabar substituída por lamentos justos e genuínos quanto à irreparável perda civilizacional que ocorreria ao final da tarde numa das ilhas de Paris (La Cité), por via do trágico incêndio que assolou o património único da catedral de Notre-Dame, um imponente tesouro gótico do século XII? Mesmo sabendo-se que a história da humanidade integra um cíclico corrupio de destruições e reconstruções, o manancial de obras de arte, relíquias religiosas e manuscritos que pode ter sido objeto de um puro e simples desaparecimento faz deste dramático incidente um dos momentos mais chocantes e tristes que a nossa era jamais conheceu e um momento gravemente atentatório de traços essenciais do imaginário coletivo que fomos construindo ao longo de séculos.
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