(a partir de https://expresso.pt)
Num trabalho de Joana Nunes Mateus – já vai fazendo a diferença, num meio tecnicamente frágil e preguiçoso como é aquele em que ela opera, a rigorosa e imaginativa colocação profissional desta jornalista –, o “Expresso” dava conta de uma evidência finalmente posta a nu (há verdades que demoram tempo a emergir!): a de que o “Interior não é todo igual”. A ANMP e o governo de Passos construíram, no passado, uma lista de concelhos e freguesias ditos de “baixa densidade” e o atual governo foi-a assumindo sem grande contraditório nem critério de uso político diferenciador. Mas parece que agora, quando o desespero já se apoderava dos mais lúcidos, vem aí aquela que poderá ser a correção devida. O que é dito é que se trata de uma revisão visando “aumentar os apoios às regiões mais frágeis”, o que não está mal. Mas bom seria que também se acrescentasse aos objetivos a factualidade que decorre de o desenvolvimento pressupor um conhecimento concreto da realidade concreta e que, para tal, importará procurar conhecê-las a todas para melhor lhes perceber as virtualidades e as carências em toda a sua plena e enorme diferença. Ainda falta perceber o conteúdo efetivo dos novos procedimentos, desejavelmente capazes de evitarem outros tipos de injustiças classificativas, mas tudo aponta para um sinal afirmativo em relação à interrogação que fica no ar: será este o fim da “baixa densidade” enquanto elemento de impotência na definição das políticas públicas?
Sem comentários:
Enviar um comentário