(Se dúvidas, ingénuas direi eu, houvesse sobre o real contributo dos
Trabalhistas britânicos para alterações consistentes à esquerda e na
social-democracia, elas dissiparam-se. É este o mundo que temos.)
Já por repetidas vezes me tenho referido às profundidades cavernosas que vão
se constituindo em torno da liderança de Jeremy Corbyn do Labour. O homem
continua a pensar que está nos anos 70 ou mais para trás o que, bem lá no fundo,
é uma réplica à escala sindical da ilusão de que o poder imperial ainda paira
pela Britânia, tão do gosto de alguns Conservadores. A reciprocidade de tal tradicionalismo
explica em parte o beco sem saída em que os Brexiters fizeram mergulhar a vida
política no Reino Unido. É que nenhum dos partidos que têm passado pela
governação assentam em energias e ideias suficientemente frescas para dar a volta
à situação.
Nestes dias, o Twitter tem estado ao rubro com a explicitação por parte de
Corbyn e seus seguidores de que após a saída da União Europeia o Labour alinhará
com a política de acabar com a liberdade de movimento de trabalhadores. Pelo que
tenho lido, os sinais de discórdia e de revolta com esta tomada de posição
anunciam o pior em termos de futuro e rejuvenescimento do Labour. Para além
disso, imagino as implicações de uma tal posição sobre o arranjo de situações para
um BREXIT suave, pois o afunilamento de alternativas é cada vez mais manifesto.
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