(cartoons de Agustin Sciammarella, http://elpais.com)
Acima, no muito especial traço de Sciammarella, a galeria dos cinco principais protagonistas das eleições legislativas espanholas a realizar no próximo Domingo. Sendo que, como veremos nas imagens mais abaixo, existem indícios fortes de que os resultados possam vir a determinar um peso específico decisivo para outros protagonistas de menor expressão eleitoral mas possivelmente bem necessários para a viabilização de saídas de governabilidade (los pactos que suman) no país vizinho (sobretudo do lado esquerdo do espetro político, como parecem sugerir maioritariamente as sondagens disponíveis, e colocando-se aqui como questão central a da eventual dependência do PSOE e seus potenciais parceiros de coligação em relação aos votos dos nacionalistas catalães).
Dito isto, não gostaria contudo de iludir uma outra e diversa questão que me saltou à vista na consulta dos principais órgãos de comunicação social espanhóis e das sondagens que uns e outros têm vindo a divulgar. Trata-se do enviesamento gritante que decorre para o leitor incauto da leitura deste ou daquele jornal e deste ou daquele inquérito de opinião. Senão vejamos. Imediatamente abaixo, compare-se sem mais o que cinco periódicos deram a conhecer em título quanto aos dois grandes debates ocorridos no decurso desta semana – exemplifico sem detalhar: para o “El País”, Sánchez salvou-se no primeiro debate e a guerra aberta pela liderança da direita dominou o segundo; para o “La Razón”, o primeiro debate foi inconclusivo remetendo tudo para um segundo round e só no segundo Casado acabou por se afirmar perante Sánchez; para o “ABC”, ainda mais radicalizado à direita, Sánchez naufragou logo no debate inicial e voltou a perder no segundo contra a dupla Casado-Rivera. Depois, e como decorre da infografia que encerra este post, veja-se como são claras as diferenças de previsão e, sobretudo à direita, as tentativas de confundir a realidade e os dados objetivos disponíveis com desejos e esforços no sentido de influenciar os indecisos de última hora (notório aquele “empate entre blocos na reta final das eleições” vindo do “El Mundo”). Mesmo que sem a escala retumbante das grandes jogadas que se vão crescentemente fazendo nos ou através dos países que mandam no mundo, não deixa de ser absolutamente inaceitável a desregulada maldade a que estão a ser sujeitos os eleitores espanhóis – não resisto, pois, a daqui expressar com toda a veemência quão profundamente admiro esse agora moribundo jornalismo independente de interesses!
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