quarta-feira, 17 de abril de 2019

TENDÊNCIAS



(Uma digressão de rotina matinal pelo El Mundo traz-me uma notícia que em si própria nos transporta para novas tendências de consumo e com surpresas. É de sapatilhas ecológicas que se trata, mas não só.)

Que o mundo nos surpreende a todo o momento parece não haver dúvidas. O problema é que, apesar de o reconhecermos, continuamos a querer interpretá-lo com as mesmas lentes explicativas do passado e isso sai-nos sempre caro. Poderíamos falar da greve dos combustíveis e dos riscos de paralisação do país na sequência do arrojo de um sindicato novíssimo, que está fora dos circuitos rotineiros do sindicalismo mais tradicional e esperemos que nada de mais estranho atravesse o movimento para além do arrojo de quem começa com novas regras. Os jornais de hoje estão cheios de comentários sobre esta súbita erupção de um movimento que ninguém conseguiu antecipar e do qual podem resultar sérias implicações político-eleitorais, já que nem toda a gente tem a honestidade de pensamento de Rui Rio.

Mas a notícia do El Mundo (link aqui) fala-nos do êxito de uma marca start-up de sapatilhas ecológicas espanholas, as WADO (link aqui), muito na linha SNEAKERS anos 80. A imagem de sustentabilidade ambiental veiculada pela jovem marca espanhola abrange a utilização de pele com tratamento potenciador da biodegradabilidade e a plantação de duas árvores por cada par de sapatilhas vendidas (Índia e Zâmbia). A marca é também conhecida por ter mobilizado um processo de crowdfunding de grande magnitude, estimado pelo jornal espanhol em 360.000 euros.

A marca de sustentabilidade é reforçada por este traço complementar e daí a surpresa a que me referia: “The sneakers brand that plants two trees for you.
Ethically made in Portugal”. Pois é isso mesmo. As sapatilhas são produzidas em Portugal e o El Mundo assinala que isso acontece na região do Porto (mais propriamente em Felgueiras, por informação do Américo Miguel Oliveira) e tal opção é apresentada como uma opção de redução de emissões, assumindo a alternativa de não produzir as sapatilhas noutro continente, normalmente o asiático.

E aqui temos uma boa ilustração de novas tendências na economia global, com a região do Porto curiosamente envolvida no processo.

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