(James Ferguson, http://www.ft.com)
O Conselho Europeu cumpriu calendário e reuniu por videoconferência no dia de ontem. Uma reunião que foi de relativamente curta duração e muito ao jeito de um ensaio geral para aquela que poderá ser definitiva, em julho e já em plena Presidência Alemã. Na conferência de imprensa final, a presidente da Comissão falou determinadamente em unanimidade de vontades no sentido de um combate à gravidade da crise, defendeu uma resposta que combine solidariedade, investimento e reformas e não escondeu o trabalho de dura negociação que ainda vai ser necessário levar a cabo para se chegar a um resultado eficaz e consensual (designadamente, a dimensão geral do pacote, a repartição entre subsídios e empréstimos, a chave de alocação entre países e as questões dos rebates e dos novos recursos, embora omitindo eventuais condicionalidades macroeconómicas ou tipológicas e vários aspetos associados à componente de emissão de dívida, como sejam os respetivos prazos de duração e de início de reembolso).
Muito ainda em aberto, portanto, reconduzindo-nos a poucas certezas quanto à verdadeira significância do resultado final a alcançar – não obstante tais limitações, há longo tempo que algumas instituições europeias (a Comissão e o Parlamento, sublinhe-se) não agitavam bandeiras de tão justo sentido e alcance, ademais num quadro de alguma feliz ressuscitação do método comunitário; o resto é continuar a acreditar que o progresso poderá vencer e esperar pacientemente que as peças venham mesmo a encaixar. E, já agora, se nos situarmos à escala estritamente lusitana, também confiar que teremos o melhor António Costa na ajuda à construção de pontes; além de mandarmos calar certas vozes que não apenas desconhecem a essência do conteúdo que alegremente debitam como são irresponsavelmente inconscientes das suas potenciais consequências nefastas para o interesse nacional – porque em Bruxelas e nas outras capitais europeias também se leem as nossas gordas!
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