(Bem fizeram o Presidente Macron e as autoridades francesas
terminando a época futebolística em França antes da sua conclusão desportiva. Os
franceses e o seu governo têm coisas bem mais importantes em que pensar e saúdo
essa avaliação de prioridades. Por cá, infelizmente,
coragem para esse tipo de decisões é um recurso bem escasso.)
Bastaram uma ou duas semanas e o ambiente rapidamente se toldou para dar
azo a uma chinfrineira insuportável como sempre e dando trabalho a um conjunto
de mentecaptos que consomem energia coletiva tão necessária para outras frentes.
Tudo regressa aos mesmos padrões e para cúmulo tão mal se joga, benza-os
escolham por aí alguém capaz de tal proeza.
O futebol é um mundo em que não é possível a distinção entre santos e pecadores.
Faz tudo parte da mesma roda (des)dentada e a violência, sempre a violência,
regressa por efeito de um resultado abaixo das expectativas, por uma grande
penalidade que fica por marcar ou que é indevidamente marcada, até porque uma
bola vai ao poste e não entra como estaria nos astros. Sempre que essa
violência regressa, os jornais e os comunicados ficam recheados de testemunhos
garbosos reclamando justiça e as virgens ofendidas vêm a terreiro. Mas na
prática nem uma palha é mexida. Afinal de contas, tudo isso faz parte do espetáculo
montado e sem esse espetáculo os tais mentecaptos perderiam audiência e o
emprego.
Desta vez foi o autocarro do Benfica que foi alvo da violência. Poderia ser
outro qualquer. Tudo como dantes. Lá tivemos as grandes afirmações do costume.
Alguém de bom senso acredita que seja difícil identificar os energúmenos que se
passeiam pelos campos de futebol? Não me ofendam a inteligência, por favor! Sem
um mínimo de coragem para decisões com algum impacto dispensam-se proclamações
do género.
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