terça-feira, 9 de junho de 2020

JÚDICE, O BAILE A D. MARCELO I E OUTROS


Não sou um fã incondicional de José Miguel Júdice enquanto analista político, mas reconheço sem dificuldade a sua argúcia e o seu conhecimento de muita experiência feito. Neste fim de semana, o “Público” dedica-lhe seis páginas através de uma entrevista conduzida por Maria João Avillez, sempre tão rigorosamente profissional quanto desviantemente parcial e elitista. “Uma visita guiada ao ‘costismo’”, disse ela, e sim, talvez, embora não só, nem sequer principalmente. Numa outra oportunidade, irei à “visita guiada”, fico-me por ora pelo resto – e o resto tem a ver com Marcelo (um rival que chegou alto!), com uma fobia em relação ao “bloco central” que necessariamente há de vir (“parece inevitável aquilo que durante 40 anos critiquei”), com uma dispensável maldição do estatismo (“com a economia destroçada vai aparecer a oportunidade de ouro para o Estado tomar o controlo de grande parte do tecido empresarial”) e com um futuro que foge e uma imagem impressiva que se quer afirmar como herança (entre “a consciência do Pinóquio”, “a liberdade acima de tudo” e um posicionamento “na fronteira da luta contra os populismos de direita ou de esquerda”).

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