Confesso-me muito pouco entusiasmado com o regresso da principal competição portuguesa de futebol. E não apenas pelas estranhas condições em que tal acontece, obviamente decorrentes da crise pandémica que nos assola. Antes sim pela enorme turbulência surda em que se viu mergulhado tudo quanto esteve envolvido na preparação do dito regresso, num quadro que não deixou de trazer à tona um aflitivo ar de decrepitude e fim de festa (o que quer que isso queira dizer em concreto e, Deus queira que me engane, iremos testemunhar nos meses que estão para vir).
Amanhã a bola corre em Portimão e Famalicão e, no caso deste último jogo, lá estarei no sofá a puxar pela manutenção na liderança do meu FC Porto. Que vive um tempo eleitoral que é, também ele, deprimente na disputa que reconduzirá Pinto da Costa a mais um mandato, desta vez com o apoio escancarado de Rui Moreira e dois contendores mais ou menos amadores. A delirante criatividade da entrevista do presidente do clube ao JN é muito esclarecedora sobre tanto do que se está a passar ali para os lados do Dragão e só por razões de mero respeito clubista e algum pudor pessoal me reservo a ir mais longe na exploração da matéria e dos seus tristes contornos.
Estando com a mão na massa, não resisto a terminar com o acrescento de outras notícias desconcertantes a registar no tocante ao futebol destes dias: Vítor Baía transformado em dirigente, Bruno de Carvalho inocentado, Luís Nazaré a bater com a porta, a deputada Cláudia Santos à frente da Justiça da FPF e, por fim, o mais hilariante de tudo: Vieira a reaparecer com a formulação de um desejo – “Havemos de conquistar um penta” – que nunca irá ver concretizado...
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