quinta-feira, 22 de outubro de 2020

ANDRIS E JOCHEM, UMA DUPLA IMPLACÁVEL

Estou, como a maioria dos meus concidadãos, crescentemente desiludido com os rumos que o futebol tem vindo a tomar a diversíssimos níveis. Não obstante, continuo a ver jogos – privilegiando, naturalmente, aqueles em que domina a qualidade do espetáculo, mas não tendo ainda conseguido desligar-me da matriz portista que me está na massa do sangue – e a interessar-me minimamente pelas incidências do seu entorno. Foi assumindo este comprimento de onda, e “rezando” para que não acabássemos com uma cabazada, que me sentei no sofá para assistir à primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões deste ano, designadamente com o meu FC Porto a visitar a casa do Manchester City, o “City of Manchester Stadium”. Gostei do que vi quanto aos nossos e ao modo combativo e competente como enfrentaram um dos grandes tubarões europeus (1,08 mil milhões de euros de valor de mercado, que comparam mal com os 251,35 milhões do clube do Dragão). E, mesmo não desconhecendo que os erros dos árbitros são a mais antiga e gasta das desculpas para as derrotas, não posso deixar de sublinhar as habilidades (e foram várias!) do compatriota letão de Valdis Dombrovskis (Andris Treimanis) e a silenciosa cumplicidade do VAR (Jochem Kamphuis, este compatriota daquele holandês de má memória chamado Jeroen Dijsselbloem) no lance decisivo da grande penalidade que permitiu ao City empatar o jogo, dado que a mesma foi claramente antecedida de uma falta escandalosa de Gündogan sobre Marchesín. Em qualquer caso, soube-me bem ver os mais desfavorecidos a resistirem galhardamente aos mais ricos, sem prejuízo de já não ter quaisquer ilusões quanto aos caminhos de inevitabilidade dessa espécie de capitalismo monopolista dominante que crescentemente ditará os vencedores – mas sobra sempre alguma esperança naquela velha máxima do “a bola é redonda”!

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