quarta-feira, 14 de outubro de 2020

PORTUGAL SECOND

Lendo, como habitualmente, a minha “The Economist” semanal, deparo-me com os resultados de um elucidativo survey sobre a ordem por que os cidadãos de variados países consideram que uma eventual vacina contra o coronavírus deveria ser prioritariamente distribuída entre os seus próprios concidadãos nacionais, os cidadãos dos países mais afetados e os cidadãos do mundo em geral. Claro que sempre teríamos de registar um America first nos EUA (primeiro nós), mas o que nos deve surgir como especialmente digno de nota é o segundo lugar de Portugal no ranking dos mais egoístas (embora, ainda assim, com mais de 50% dos portugueses a admitirem preferencial uma repartição equilibrada à escala internacional), curiosamente com “os nossos irmãos brasileiros” imediatamente a seguir na classificação e “os nossos vizinhos espanhóis” pouco atrás. Ao invés, e no outro extremo, vem da Alemanha o maior desprendimento nacional e a maior abertura a um direito igualitário global. Veja-se, ainda, que são os indianos aqueles que mais pugnam pela ideia de prioridade à vacinação nos países mais afetados pela doença. Não atribuo, obviamente, uma grande relevância a estes dados por si só; todavia, sempre direi que o nosso posicionamento autocentrado dá que pensar, podendo até dar-se o caso de ser revelador de alguma infiltração maligna a não negligenciar neste contexto que nos habituamos a qualificar como de “brandos costumes”.

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