Primeiro dia de inteira “liberdade” pessoal; uma sensação mista de algum vazio e perda (sobretudo de gente boa e decente) e muito alívio e descontenção (sobretudo em relação aos quotidianos político-administrativos infernais em que este País se especializou). Num dia como este, ademais em confinamento concelhio, só podia ver-me conduzido à alienação de aqui me referir às eleições no Sport Lisboa e Benfica. Reconhecendo embora a significativa participação observada (o que talvez corresponda, essencialmente, ao facto de pela primeira vez ter havido uma alternativa credível e passível de abanar Luís Filipe Vieira, encabeçada por João Noronha Lopes e apoiada por figuras públicas de destaque) e a vitória do candidato do “regime” (com algumas deserções estratégicas ou táticas, ver-se-á, assim como a dimensão e concatenação dos respetivos impactos), quero apenas fixar-me no ridículo resultado obtido pelo titular de uma terceira lista em presença, Rui Gomes da Silva (RGS) de seu nome e um dos belos cromos da bola que por cá pululam – RGS largou a direção de Vieira para dele se autonomizar e o tentar enfrentar, passou anos a charlatanear por esses nossos media fora (com dominante em presenças televisivas permanentes), ameaçou os de dentro com vitórias arrasadoras que acabariam com “esta vergonha” e tudo o restante com uma soberba de provocatório conhecimento que parecia imbatível, para tudo desembocar agora nos míseros e envergonhantes 1,64% dos votos dos benfiquistas que lhe tocaram na contenda eleitoral; apesar deste quadro confrangedor, que levaria um mortal normal a optar por um confinamento definitivo, quase que aposto que vamos tê-lo proximamente a encher os nossos espaços públicos de requentados mas sempre doutorais palpites.
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