segunda-feira, 5 de outubro de 2020

E POR DETRÁS DAS EVIDÊNCIAS?

Um gráfico que é uma espécie de “ovo de Colombo” para avaliar de modo sintético o impacto da crise pandémica no seu duplo efeito sanitário e económico. Revelando a Lituânia a mostrar-se como o país europeu com melhores resultados no quadro da verdadeira tempestade em curso (menor quebra do PIB e menos mortes por milhão de habitantes - veja-se o quarto quadrante, onde surgem outras situações de caraterísticas semelhantes, com destaque para a Finlândia) e a Espanha (quase a par do Reino Unido e acompanhada por França e Itália no correspondente segundo quadrante) como aquele com piores evidências conjuntas (apesar do péssimo indicador de letalidade da Bélgica, este país quebra, todavia, bastante menos em termos económicos). Curioso ainda verificar a simetria entre Portugal e a Suécia, o nosso país em pleno terceiro quadrante (maior quebra do PIB e menos mortes por milhão de habitantes) e aquele país escandinavo em pleno primeiro quadrante (menor quebra do PIB e mais mortes por milhão de habitantes), este um caso totalmente especial de gestão da crise pandémica (níveis muito limitados de confinamento) que ainda está por estudar em toda a sua plenitude. Aqui chegado, a par de tantos outros elementos e indicadores relevantes que vão sendo divulgados, confesso a minha ignorante perplexidade: há certamente óbvias questões de diferenciada capacidade e competência no combate aos malefícios do vírus, mas as correlações que ressaltam não são manifestamente fáceis de aceitar e explicar – afinal, não será que há um papel em tudo isto (e qual e como?) do velho fator que Michael Porter chamava à colação sob a designação de acaso?

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