domingo, 25 de outubro de 2020

NOVO AVULSO ENERGÉTICO

O problema do hidrogénio como elemento essencial na transição energética é complexo e polémico, como já aqui várias vezes assinalei. Por estes dias, o “Financial Times” referia a propósito que ele tem vindo gradualmente a ganhar terreno nessa direção, sublinhando designadamente a significativa capacidade já alcançada pelo conjunto de projetos de larga escala em funcionamento ou estado avançado de construção em matéria de “hidrogénio verde” (onde o fuel é produzido a partir de energia renovável); não obstante, também ali se adianta que “os custos continuam altos e que é provável que apenas menos de metade dessa capacidade esteja posta online em 2035”.

 

Paralelamente, um outro artigo adianta que “Bruxelas está a apostar forte no hidrogénio para conduzir a UE à sua meta de neutralidade climática até 2050”, o que surge bem demonstrado pelo gráfico acima em que a Europa só surge ultrapassada pela Austrália em termos de capacidade planeada no dito gás (veja-se, ao invés, o posicionamento americano); mas o autor insiste, também ele, em que o “hidrogénio verde” pode acabar por se revelar uma aposta cara.

 

Continuo a admitir quão pouco versado sou na matéria em causa, facto que não me inibirá de entender que argumentos destes, e outros que os complementam (vejam-se os já aqui aflorados artigos de Pedro Santos Guerreiro no “Expresso”), deveriam ser razão bastante para que o tema fosse abordado com inteira transparência, abertura e seriedade por parte das nossas autoridades, sempre tristemente prontas a abraçar sem espírito crítico e informação bastante a modernidade que lhes queiram vender.

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