O especialista em política externa do “Financial Times”, Gideon Rachman, assina esta semana um artigo que merece leitura atenta na perspetiva de uma adequada compreensão dos termos de um aspeto central da atual geopolítica mundial (“Three strongmen and their battle for the Middle East”). A jornalista Cordelia Jenkins sintetiza o essencial da seguinte e cautelar forma:
“Vladimir Putin, Recep Tayyip Erdogan e Mohammed bin Salman costumam ser vistos conjuntamente como exemplos de líderes fortes com zelo nacionalista. Mas isso não é tudo quanto eles têm em comum. Os líderes da Rússia, Turquia e Arábia Saudita são autocratas que centralizaram o poder e foram implacáveis com a oposição política interna. Todos eles são risk-takers, gostando de usar a força militar.
Esta combinação é mais do que algo de preocupante, dada a instabilidade na região. ‘Os seus frequentes conflitos de interesses estão a fomentar hostilidades numa faixa de território que se estende do Médio Oriente ao Norte da África e ao Cáucaso. Se as suas rivalidades saírem de controlo, serão os civis a sofrer.’
E, no entanto, os três homens fortes acreditam também na diplomacia das relações pessoais. Tal como os chefes da máfia, eles podem ser melhores amigos entre si num dia e inimigos ferozes no seguinte. À medida que as suas economias competem, os três precisam mais do que nunca de demonstrar força no exterior. O perigo de confrontos entre eles está a aumentar.”
Dito isto, que corresponde aliás à melhor evidência sobre as movimentações em curso naquelas paragens, este post valerá sobretudo pela reprodução do modo original como o cartunista James Ferguson caraterizou a essência do ameaçador trio.
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