O setor do turismo foi reconhecidamente um dos mais afetados pela crise pandémica (veja-se, ilustrativamente, o gráfico acima). Numa expressão que atingiu uma intensidade negativa de tal ordem que já ninguém é hoje capaz de apostar em retomas suscetíveis de reporem os termos, quantitativos e qualitativos, que foram definindo a crescente relevância mundial do setor no passado recente. O que, constituindo uma tragédia para os países dele mais altamente dependentes, corresponde também a uma mudança que fere os modos de vida e consumo que se vinham tornando dominantes em largas franjas do Globo.
Mas há também quem opte por privilegiar outras leituras do fenómeno, sem prejuízo de uma consciencialização daquelas suas incidências conjunturalmente desastrosas. É o caso dos turismofóbicos, que em muitos grandes centros urbanos vinham sendo defensores de formas diversas de combate aos efeitos alegadamente nefastos para a qualidade de vida dos autóctones decorrentes de excessos provocados pelo volume de visitantes desreguladamente recebidos nesses locais mais publicitados, mais em moda ou mais apelativos whatever.
Nesta linha, os mapas mais abaixo trazem-nos uma adicional indicação curiosa sobre as tendências atualmente em curso à escala internacional por via de uma reação defensiva dos turistas: a relativa rejeição dos anteriores locais mais procurados, como os centros das cidades. A grande dúvida está em saber se um futuro regresso à normalidade não trará gradualmente os números e frequências que vinham acontecendo ou se um trabalho focado na promoção e afirmação das regiões menos urbanizadas e/ou com património natural não poderá alterar com significância os dados do problema. Sendo que, a meu ver e no que nos toca, o tempo certo é agora para as zonas ditas de baixa densidade que sejam suficientemente ousadas para aproveitarem a oportunidade e assim consolidarem uma posição.
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