Passando hoje ao lado das “batatas quentes” que mais nos afligem e dominam a opinião pública (TAP, EDP, Groundforce, etc.), sublinho quatro notícias recentes que delimitam muito do que poderão ser os nossos próximos e menos próximos tempos económicos: do presidente da AIP, uma positivamente surpreendente chamada de atenção para “a grande lacuna do PRR”, a saber “o redimensionamento empresarial”; do governador do BdP uma estranha preparação da opinião pública para a “bomba-relógio” do não prolongamento das moratórias; do Novo Banco a solicitação de mais 600 milhões ao Fundo de Resolução que, sendo esperada, ainda vai dar muito que falar; de Vítor Constâncio o ponderado registo de que a retoma não acontecerá tão cedo e a previsão cautelar de que a bazuca irá “funcionar mal”. Tudo matérias a revisitar com o devido detalhe, mas desde já indiciadoras de que a recuperação (no sentido de restauração ou recobro) há de acontecer mais dia menos dia e se a Europa ajudar, enquanto a resiliência (no sentido de capacidade de superar, de recuperar de adversidades), apesar do espírito de sacrifício dos portugueses, contará com variadas dificuldades – já repararam que a definição mais literal de resiliência é a de “propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação”? – e talvez não seja bastante com vista a irmos além do trambolhão, isto é, a focarmo-nos no objetivo sempre adiado de uma economia profundamente mais sólida e competitiva.
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