domingo, 14 de março de 2021

QUE RECUPERAÇÃO E RESILIÊNCIA?

Juro que não tenho qualquer espécie de obsessão pela chamada “bazuca”, o PRR português; embora, pensando bem, até talvez se justificasse que a tivesse. Volto, no entanto, ao assunto dado o facto de o PR ter feito divulgar a ideia de que irá criar em Belém uma “equipa para vigiar ‘bazuca’ de Costa”, ao que se diz supervisionada por Bernardo Pires de Lima; mesmo não sabendo o que pretende Marcelo ao certo com essa incursão por terrenos fiscalizadores do executivo, parece mais do que óbvio que tal vigilância só pode ter expressão mínima se envolver a sociedade civil e, dentro desta, um leque de agentes que extravase os do costume, quer os que sempre se perfilam como os beneficiários indiscutíveis e legítimos a um quinhão relevante quer os que falam, falam e não dizem nada. Veremos o que nos está reservado...

Entretanto, e por estes dias, muitos têm sido os analistas, cidadãos e instituições a virem pronunciar-se criticamente sobre a dita “bazuca” (que Costa prefere apelidar de “vitamina”, o que também não julgo ser grande nome face ao que verdadeiramente devia estar em causa). Todos estes contributos se somam ao muito que já tinha sido produzido desde que o agora desaparecido António Costa Silva elaborou uma “visão estratégica” para o nosso plano de recuperação, ao que então foi explicado para ajudar o Governo a melhor se posicionar na matéria. Na verdade, e lendo e ouvindo o que se vai afirmando, a ideia que dá é que poucos são, para além dos não partidariamente alinhados (e mesmo esses com escassa convicção e muito só por dever de ofício), os que estão confiantes no que aí vem ou poderá vir, o que não deixa de ser bastante preocupante para uma sociedade em busca obrigatória de novos fôlegos. Ao que acresce que ainda falta a arquitetura do Acordo de Parceria para o período 2021/27, assunto que será seguramente objeto, mais dia menos dia, de mais uma consulta pública rapidinha “para inglês ver”, como bem escreveu Bárbara Reis na sua coluna do “Público” do passado dia 6 do corrente. Custa concluir assim, mas isto não está nada fácil! 

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