quarta-feira, 25 de agosto de 2021

CHARLIE WATTS


(cartoon de Agustin Sciammarella, http://elpais.com)

(Pierre Kroll, http://www.lesoir.be)

Por razões de ciclos de vida que não precisarão de ser mais explicitadas, a morte de Charlie Watts é geracionalmente muito simbólica, em contraste com as de Brian Jones (1969) ou as dos dois beatles John Lennon (1980) e George Harrison (2001) que ocorreram prematuramente. Isto tendo em conta o papel absolutamente marcante que os “The Rolling Stones”, onde se tornou um baterista icónico, desempenharam no período-charneira que foram os anos 60 e 70. Daí que os jornais de hoje o chamem quase invariavelmente a primeira página. A maioria dos articulistas caraterizam-no pela visível diferença, quer de postura quer de indumentária e acessórios (vejam-se para demonstração as imagens abaixo, respetivamente de 1964, 1978, 1997, 2005, 2016 e 2019), que evidenciava perante a energia em palco e o natural espalhafato dos seus amigos de banda (especialmente Mick Jagger, Keith Richards e Brian Jones, mas também o seu parceiro de entrada Bill Wyman) — Bob Stanley escreve hoje, a propósito, que ele era de todos “o mais sereno e o mais fixe”, que possuía “um humor subtil e seco” e que “se vestiu sempre como um cavalheiro”. Outros sublinharam a sua maior “normalidade” perante os egos dos restantes, o seu lado não “rockista” e a sua especial relação com o jazz ou o seu estilo enxuto e talentoso de tocar bateria (I don’t like drum solos), além de um algo discutível paralelo entre ele e George Harrison. Mais logo vou ouvir atentamente os seus finos contributos em “Ruby Tuesday”, “Geo Off My Cloud”, “Miss You” ou “Emotional Rescue”, constatando quanto ele andou por ali e sabendo que sempre poderei ir revisitando esses tempos e essas obras.




(Idígoras y Pachi, http://www.elmundo.es)

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