Algumas notícias do final de semana, posteriormente confirmadas em manchete pelo “Expresso”, dão conta do governamental impulso despesista que domina este início do mês de agosto a ponto de ter levado a que o primeiro-ministro decidisse adiar a sua partida para férias (que agora irá gozar apenas levemente ensombrado pela imanente presença do seu intocável menino Cabrita). Esta embrutecida espécie de “gastar é preciso”, tendo alguma da sua possível razão de ser associada aos prazos definidos pela União Europeia para a execução do PRR, constitui também a alegria dos burocratas e fazedores sem critério que abundam no seio do Governo e vão conseguindo impor o seu primado a-estratégico (e a sua manifesta mediocridade em termos da liderança de quaisquer destinos nacionais de que se pretendam prezar) aos seus colegas mais capazes e lúcidos (incluindo o próprio António Costa, habitualmente perspicaz e hábil) — deles não rezará a História mas, enquanto o pau vai e vem, lá lhes irão folgando as costas e sendo facultados os aparecimentos (de que tanto gostam!) nas pseudo-gloriosas fotografias destas passageiras conjunturas. Curiosamente, e aqui pela positiva, uma informação já do dia de hoje, publicada no “Dinheiro Vivo”, parece dar alguns sinais promissores ao sugerir o recurso a segredos estatísticos para municiação de elementos conducentes à elaboração de planos de retoma e transformação potencialmente mais eficazes — eis uma boa ideia, contanto não fique funcionalizada aos esgotados métodos de AICEP e IAPMEI nem aos estudos encomendados aos fornecedores do costume, entre velhos e próximos amigos do poder e novos e inconsequentes arautos da ortodoxia económica; que Deus os ilumine em compaixão e discernimento no momento de se lançarem nos convites e ajustes diretos!
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