terça-feira, 17 de agosto de 2021

MAIS SOBRE A DURA INVERNIA AFEGÃ

Terceiro dia seguido a apontar a mira para o Afeganistão! Prometo que amanhã mudarei de tema, mas o facto é que não só este corresponde à importante História em direto que nos está a ser oferecida como se trata de uma questão absolutamente explosiva e com enorme probabilidade de vir a ter implicações determinantes no contexto global, europeu e regional. Os grandes jornais internacionais falam de uma “onda de choque mundial”, de “caos”, “pânico”, “carnificina” e “desespero por fugir” em Cabul e de um Ocidente a fugir “sem olhar para trás” (embora com Biden a “defender a saída”). Enquanto isso, e a par das imagens chocantes do que ontem se viveu no aeroporto de Cabul, as reportagens mais localizadas já começam a referenciar casos individuais dramáticos numa procissão que seguramente ainda vai no adro, ao mesmo tempo que alguns analistas procuram sublinhar a diferença existente entre esta geração talibã e a de há vinte anos (sobretudo nos planos tecnológico e comunicacional) e colocam a grande dúvida do momento no posicionamento do novo poder em relação às mulheres e ao espaço que lhes será permitido na sociedade e na política. Nada que nos iniba de continuar a ter por certo (como afirmam defensores de direitos humanos, em geral, e das mulheres afegãos, em particular, como a abaixo caricaturada Fawzia Koofi) que o pior ocorrerá no anonimato dos interstícios pessoais e familiares, designadamente nas zonas menos urbanas embora não só. Uma tragédia com várias iminências, insisto!


(Jean Plantu, http://lemonde.fr)

(Morten Morland, http://www.thetimes.co.uk)

(Jean Plantu, http://lemonde.fr)

(Agustin Sciammarella, http://elpais.com)

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