sábado, 28 de agosto de 2021

O CONGRESSO DE PORTIMÃO

(a partir de Paulo Buchinho, https://expresso.pt)

Reconheça-se que já não é de agora, os partidos tradicionais há muito que estão pela hora da morte, mas o facto é que algo vai mal quando um partido reúne a sua assembleia magna para “português ver” (será que vê?), apenas pretendendo preencher calendário, entronizar o líder de ocasião e dar sinais de uma falsa unidade interna para evitar ruídos conjunturalmente indesejados. Está assim doente o PS que António Costa moldou à sua reconstruída imagem de alguém que se deixou encantar pelo poder e pelas capas de todos e cada um dos dias, lateralizando a substância das ideias e das verdadeiras exigências nacionais. É este partido que hoje faz o seu 23º Congresso, do qual não rezará qualquer história mínima, qualquer debate interno em nome de valores essenciais, qualquer golpe de asa a bem do futuro do País; um Congresso que junta, inacreditavelmente, quatro putativos candidatos à sucessão no palco, bem ao lado do chefe para que se comportem como deve ser e não estraguem o combinado arranjinho de silêncio a ser minuciosamente controlado por César e Carneiro. Dois dos mais badalados articulistas do “Expresso”, diga-se que nem sempre portadores de uma “linha justa” mas que sempre atentos e perspicazes, adiantam hoje o que é por demais claro: um Congresso PRR, um Congresso amarfanhado, um Congresso de um homem todo-poderoso mas tendencialmente só para lá dos limites daquelas quatro paredes.


Sem comentários:

Enviar um comentário