Volto ao incidente político (?) de ontem entre Costa e Pedro Nuno ― sendo incidente uma palavra soft, mais ou menos equivalente à ideia de uma operação especial na Ucrânia em vez de uma bárbara invasão ― para aqui deixar a memória dos jornais do day after, todos obviamente com manchetes de primeira página. Como é bom de ver e era previsível, o sentido predominante vai contra Pedro Nuno Santos (“aterragem complicada”, “mea culpa”, “erro grave”, “pede desculpa”) e poupa de algum modo António Costa (“salva PNS em oito horas”, “perdoa ministro”, “segura PNS”, “assume gestão política do dossiê”); mas vale também a pena registar um breve e bastante perspicaz apontamento a que “Presidente amarra destino dos dois” (eis a pequena vitória de Marcelo no caso). Quero terminar esta nota com a revelação de uma mensagem que hoje recebi em reação ao editorial de Manuel Carvalho (PNS deveria ter-se demitido e não apenas assumir culpas e o primeiro-ministro prefere a gestão de protagonismos partidários ao interesse público) e que reputo de muito lúcida na sua cristalina simplicidade ― dizia assim: “O AC só o demite [a PNS, obviamente] se as críticas se virarem contra ele próprio; até lá, deixa-o torrar a ver o que acontece...”. Pois, pois, é o que temos e ao que estamos reduzidos!
sexta-feira, 1 de julho de 2022
AINDA SOBRE ESSE DEGRADANTE ESPETÁCULO
(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
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