sexta-feira, 15 de julho de 2022

DA ESTAGFLAÇÃO

Recorro ao excelente Global Inflation Tracker que nos foi proposto pelo “Financial Times” para aqui abordar simplificadamente a estagflação de que todos falam como tendendo a constituir-se numa caraterística central da presente conjuntura económica à escala global. O que o gráfico acima elucida de forma notória (“inflação alta persistente coincidindo com procura estagnada”) com base nos dados que traduzem a evolução do PIB e do índice de preços no consumidor em dois países marcantes como são os Estados Unidos e a Alemanha ― eis o fenómeno em todo o seu esplendor!

 

Repare-se, porém, nos tipos de situações abaixo reportados (apenas ilustrativos na medida em que outros exemplos, nomeadamente os mais estranhos e grotescos, poderiam ser chamados à colação embora com menos eficácia pelas suas próprias origens e naturezas): o primeiro traduzindo o caso dos dois grandes (e aliás muito diversos) países asiáticos, com o Japão a evidenciar bastante resistência à velocidade de materialização do fenómeno e a China a fugir à regra geral (apresentando uma constância do respetivo nível de preços e taxas de crescimento altas, embora em queda); o segundo reportando o caso português, que manifestamente lá chegará mas ainda não está no ponto em termos de quebra de crescimento (as previsões de Verão da Comissão Europeia já indiciam que tal quebra poderá ser uma realidade em 2023), e o caso do nosso “país irmão”, que mostra bem tanto a presença da tentação inflacionista que o caracteriza como um comportamento do crescimento incomparável e na contracorrente internacional. Ou seja: sendo a estagflação um global issue na sua expressão fundamental à escala da economia mundial, ela encontra exceções e especificidades nacionais de monta e a serem tidas em devida conta.



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