segunda-feira, 4 de julho de 2022

O AEROLISBOA

Juro que não conheço de nenhum lado o cidadão João Leal. Simplesmente apanhei o seu desabafo feito sonho num daqueles correios eletrónicos que diariamente recebo com publicitações do Twitter. Mas o facto é que, ao vê-lo, me assaltou um irresistível impulso de o divulgar como um exemplo inigualável do que por aí vai surgindo num misto de sem rei nem roque com modernidades assumidas à pressa e sempre traduzíveis em novas oportunidades de acesso a mais e mais fundos de apoio (verdes, de preferência) e a mais e melhor especulação imobiliária. Sendo que o aeroporto de Lisboa a construir ― onde e quando, essa é toda uma outra questão ― terá necessariamente custos, em alguns casos enormes e incomportáveis, para o erário público, além de algumas das localizações mais prováveis estarem longe de poder ser consideradas isentas de complexidades e custos ambientais de monta e, ainda, dependentes do veredito do aconselhamento dos companheiros a que agora promete recorrer Luís Montenegro para complicar um pouco mais o problema. E já alguém analisou a hipótese, talvez razoável numa lógica de boa gestão, de se meter também Beja na equação?


(André Carrilho, http://www.dn.pt)

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